Luiz Braga: digital e monocromático

Foto: Luiz Braga

Luiz Braga figura entre os grandes nomes da fotografia brasileira. Nascido em Belém do Pará, ele tem na Amazônia o seu canteiro artístico e explora a diversidade cultural e o colorido da região com maestria. Um mestre das cores, condição que lhe valeu um prêmio internacional Leopold Godowsky Jr, além de uma Bolsa Vitae de Artes e um Porto Seguro de Fotografia. Mas a cor não é a única faceta do seu trabalho, como comprova a série Nightvisions, que a Galeria Leme, em São Paulo, apresenta, em exposição inaugurada nesta terça-feira, 19.

Nightvisions não representa exatamente um retorno de Luiz Braga ao PB, que ele praticou no início da carreira e não vê problema em retomar sempre que o tema o pede. Mas é inegável que a cor se impõe em sua produção. Assim, o fato de ser monocromática empresta à série uma condição especial. No entanto, talvez mais significativo seja o fato de Nightvisions sinalizar uma mudança técnica: ela foi produzida com equipamento digital.

Foto: Luiz Braga

Luiz comprou sua primeira digital em 2004. Até então, se manteve fiel ao analógico. A câmera tinha um dispositivo simples, mas que cativou o fotógrafo: a possibilidade de fotografar no escuro por meio de infravermelho. Alguns testes depois e ele estava aplicando o recurso a cenas à luz do dia. Tendo em mente as imagens vistas durante a Guerra do Golfo, Braga acrescentou alguns filtros para acentuar o efeito da visão noturna de sua câmera e dar um caráter surreal às imagens. Em 2006, deu início a Nightvisions.

O resultado desse trabalho poderá ser visto na Galeria Leme, onde as fotos estão expostas em conjunto pela primeira vez, até dia 21 de julho (Av. Valdemar Ferreira. Site: www.galerialeme.com).

Foto: Luiz Braga

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