Em livro, Chiodetto mapeia geração dois mil

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Os anos dois mil trouxeram consigo a consolidação de novas tecnologias e formas de comunicação que resultaram – no campo da fotografia – na popularização de meios e numa disseminação sem precedentes de imagens. Isso influenciou a forma como a imagem passou a ser compreendida e manipulada, o que abriu caminho a uma geração de artistas visuais que contribuiu para expandir o repertório conceitual e simbólico da fotografia brasileira na primeira década do novo século.

Identificar esses fotógrafos foi a tarefa que o jornalista e curador Eder Chiodetto assumiu. O resultado da sua pesquisa está no livro Geração 00 – A nova fotografia brasileira, cujo lançamento ocorre dia 3 de dezembro, às 20 horas, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Durante o evento, Chiodetto participará de um bate-papo com o fotógrafo e doutor em artes pela ECA-USP, Ronaldo Entler.

Editado pela Edições Sesc São Paulo, o livro destaca 49 artistas, três coletivos fotográficos e o projeto FotoRepórter, cuja produção, no entendimento do organizador, está em sintonia com as inovações do período, marcado pela metalinguagem, pela convergência, colaboração, apropriação e pela reflexão acerca do próprio fazer fotográfico. Uma geração que, nas palavras de Chiodetto, “adentra o novo século desacomodando classificações, derrubando tabus e transgredindo zonas de conforto entre as linguagens”.

Chapa 8.tifO autor classificou seu grupo de pesquisa como “Geração 00” em alusão aos dois zeros presentes no período enfocado pela pesquisa, 2001 a 2010 (ou 01-10), o que também remete ao sistema binário que é a base dos pixels da imagem digital, grande responsável pela massificação da fotografia.

“Apesar de toda a complexidade da cena cultural do período, Eder Chiodetto acertou em cheio ao assumir esses artistas aqui publicados como aqueles que, de certa maneira, representam as diferentes possibilidades do fazer fotográfico contemporâneo”, afirma o curador e crítico de fotografia Rubens Fernandes Jr.

Vale ressaltar que há uma exceção nesse grupo de artistas dos anos dois mil: a foto que abre a seção destinada às imagens é de 1976. Foi feita por Claudia Andujar com filme infravermelho e mostra um xabono (casa comunitária dos índios ianomâmi) no meio da floresta. A fotógrafa foi homenageada por representar um símbolo para essa nova geração, visto que sua obra, inicialmente produzida dentro dos cânones do fotojornalismo, quebrou barreiras ao ser exibida em galerias e bienais de diversos países.

Os demais artistas são: Alexandre Sequeira (PA) | Anderson Schneider (PR) | Bárbara Wagner (DF) | Breno Rotatori (SP) | Bruno Faria (PE) | Caio Reisewitz (SP) | Carlos Dadoorian (RJ) | Cia de Foto (SP) | Cinthia Marcelle (MG) | Cris Bierrenbach (SP) | Daniel Malva (SP) | Denise Gadelha (PA) | Ding Musa (SP) | FecoHamburger(SP) | Felipe Cama (RS) | FotoRepórter: O Estado de S. Paulo (SP) | Galeria Experiência (SP) | Garapa (SP) | Gisela Motta e Leandro Lima (SP) | Giselle Beiguelman (SP) | Guilherme Maranhão (RJ) | Gustavo Pellizzon (SP) | Guy Veloso (PA) | Helga Stein (GO) | Jéssica Mangaba (SP) | João Castilho (MG) | João Wainer (SP) | Jonathas de Andrade (AL) | Leonardo Costa Braga (DF) | Lia Chaia (SP) | Lucas Simões (SP) | Marie Ange Bordas (RS) | Matheus Rocha Pitta (MG) | Milla Jung (PR) | Odires Mlászho (PR) | Patricia Gouvêa (RJ) | Pedro David (MG) | Pedro Motta (MG) | Rafael Assef (SP) | Raquel Brust (RS) | Roberta Dabdab (SP) | Rodrigo Albert (MG) | Rodrigo Braga (AM) |Rodrigo Torres (RJ) | Rodrigo Zeferino (MG) | Sofia Borges (SP) | Thiago Rocha Pitta (MG) | Tom Lisboa (GO) | Tony Camargo(PR) | Tuca Vieira (SP) | Wagner Oliveira (RJ)

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