Com fotografias intimistas e delicadas Isabella Lanave transformou a construção do relacionamento com a sua mãe bipolar em uma série fotográfica. O projeto permitiu que Lanave explorasse uma parte de sua intimidade com a mãe e sua doença e a aprender a conviver com os múltiplos desejos e temperamentos.
Em 2017 a fotógrafa curitibana começou a se destacar rapidamente no cenário internacional. Entrou na lista da revista Time como uma das 34 fotógrafas mulheres para seguir, teve imagens publicadas pela Vice em sua edição anual, foi tema de inúmeras entrevistas e participou de eventos sobre fotografia. A documentação que de certa forma nos parece algo tão pessoal para a fotógrafa, teve um peso enorme para a sua carreira.
Para a revista Topview Lanave conta sobre a sua relação com a mãe “Isso foi em 2016 e culminou com o momento em que comecei a fazer terapia e a ver como essas questões com a minha mãe me incomodavam e tinham que ser resolvidas. Tinha que mergulhar nisso” diz a fotógrafa. Lanave conta que a fotografia foi um meio de abrir uma conversa com a sua mãe. “Eu não sabia lidar direito com coisas deste tipo. Aí fotografei. Quando olhei a foto, foi muito forte. Pensei: ‘o que estou fazendo?’ Isso me deu vontade de conversar com ela sobre quais eram seus medos, angústias, como era na clínica. A gente falava pouco sobre isso. E essa relação foi se transformando, tanto na nossa vida quanto nas imagens”, diz.
Isabella Lanave é um dos nomes promissores na fotografia brasileira e na questão de gênero, ao longo de sua trajetória desenvolveu o projeto “Felt on the Skin” onde conta a história da terapeuta ocupacional e ativista dos Direitos Humanos e Sexuais, Dionne Freitas. Para conhecer mais sobre o trabalho da fotógrafa acesse aqui o seu Instagram.