Irmãos Vargas e os retratos peruanos da década de 1920
A história da fotografia na América Latina teve como impulsionadores os irmãos Vargas, nascidos em 1885 e 1887. Foi nas cidades de Arequipa, Lima e Cuzco no Peru, que Carlos e Miguel Vargas Zaconet, começaram a movimentar a arte no país, entre os séculos XIX e XX.
A fotografia foi o caminho escolhido a seguir, quando em 1900, ainda na escola, os irmãos fabricaram sua primeira máquina fotográfica. Percebendo o envolvimento e a dedicação dos irmãos, o fotógrafo Máximo T. Vargas os leva para trabalhar em seu estúdio. Em 1912, inauguraram seu próprio estúdio em Arequipa, onde no ano seguinte, realizaram uma exposição com fotografias feitas em papel de nitrato.
O envolvimento com a arte já era algo particular dos irmãos, mas na década de 1920, o estúdio passou a receber diversos artistas, como atores, escritores e dançarinos. A cena artística do Peru estava em ebulição, e o estúdio dos irmãos Vargas foi o centro e o refúgio, onde essas personalidades eram fotografadas e promoviam eventos culturais e intelectuais.
A fotografia dos irmãos Vargas eram muito desejadas pois a dedicação com a produção de cada retrato era minuciosa e excepcional. Os irmãos tinham muito cuidado com cada detalhe das roupas e do cenário.
A economia do país ajudou com o crescimento e fama do estúdio. Uma nova burguesia surgiu e passou a procurar os serviços, na época os irmãos Vargas realizaram mais de 16 exposições, chegando a ser considerados “O melhor da América Latina”. Contudo a Grande Depressão de 1929 afetou a economia do Peru e o “Estúdio de Arte Vargas Hnos” tornou-se comercial e moderno, fechando em 1958.