Homenagem a SP tem fotos de Claudio Edinger
A partir de 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, o Madalena Centro de Estudos da Imagem inaugura a exposição São Paulo, minha estranha cidade linda, de Claudio Edinger. A mostra entra na programação da 4ª Mostra SP de Fotografia, projeto de ocupação fotográfica da Vila Madalena que ocorre nesta época para homenagear a cidade.
Claudio, cuja obra é marcada pelo uso extensivo do desfoque seletivo, nasceu no Rio de Janeiro, porém vive em São Paulo desde os dois anos de idade, descontados os vinte anos em que viveu fora do país.
“Meu pai é alemão, minha mãe é russa, então a questão da identidade sempre norteou meu trabalho. O que temos de mais interessante no país é a ambiguidade. A nossa maior riqueza são as contradições”, observa o fotógrafo, que apresenta nessa exposição nove imagens em grande formato representativas do que ele chama “síntese da síntese, onde o foco prende nossa atenção e o desfoque liberta a imaginação”.
A série nasceu de uma visita que ele fez à igreja Nossa Senhora do Brasil, durante a missa de sétimo dia de um amigo. Ao olhar para cima e ver a pintura que a igreja ostenta, uma imitação da famosa Capela Sistina, Claudio se viu perguntando do porquê dessa mania de imitarmos os europeus. “Por que não podemos ter um teto com ideias próprias? Mas, por outro lado, não é genial que qualquer paulistano, sem condições de ir ao Vaticano, possa ver essa pintura, ou mostrar para a mulher e os filhos? Bem na esquina da Avenida Europa com a Avenida Brasil?”, concede.
A contradição permeia as outras obras da mostra, como o sofá debaixo do viaduto Minhocão, o prédio envidraçado no centro e as curvas internas, de concreto, do Conjunto Nacional, a calmaria do início – ou seria o fim? – da noite na Praça Ramos de Azevedo em oposição ao movimento das pessoas na Avenida 15 de Novembro, o Viaduto do Chá, a Estação da Luz ou ainda o trânsito da Avenida 23 de Maio.
Minha estranha cidade linda fica em cartaz no Madalena (R. Faisão, 75) até 3 de março, das 10 às 18 horas.
