Fotógrafo diz que não foi responsável por fotos polêmicas com adereços BDSM da Balenciaga

Uma campanha da famosa marca de moda Balenciaga causou revolta na internet. As fotos mostravam crianças posando com ursinhos de pelúcia vestidos com roupas e adereços de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). Depois de milhões de comentários negativos nas redes sociais, a Balenciaga culpou, inicialmente, o fotógrafo e a equipe de produção, inclusive ameaçando os profissionais com ações judiciais.

Tudo começou quando a Balenciaga publicou a campanha para promover sua coleção Primavera/Verão 2023. As fotos foram feitas pelo fotógrafo Gabriele Galimberti e mostram as crianças com ursinhos de pelúcia vestidos com roupas de bondage ao invés de seus brinquedos com vestiários mais comuns. “Por que crianças estão sendo sexualizadas? Por que fazer isso com os jovens inocentes?”, questionou um internauta. Veja abaixo as fotos com os acessórios inapropriados nos ursinhos:

Logo após a gigantesca reação negativa, a Balenciaga emitiu um comunicado no Instagram e apagou todas as fotos da campanha e todas as postagens do seu perfil no Instagram com mais de 14 milhões de seguidores. “Levamos esse assunto muito a sério e estamos tomando medidas legais contra as partes responsáveis ​​por criar o conjunto e incluir itens não aprovados para nossa sessão de fotos da campanha Primavera 23. Condenamos fortemente o abuso de crianças de qualquer forma. Defendemos a segurança e o bem-estar das crianças”, diz o comunicado.

Após o escândalo, o fotógrafo Gabriele Galimberti também se pronunciou. Em comunicado no Instagram, o fotógrafo disse que “não tinha direito de forma alguma a nem escolher os produtos, nem os modelos, nem a combinação dos mesmos” para a sessão fotográfica. “Como fotógrafo, fui solicitado apenas e exclusivamente para [iluminar] a cena em questão e tirar as fotos de acordo com meu estilo”.

Gabriele Galimberti é um respeitado fotógrafo que trabalha para grandes marcas como a National Geographic, Stern, Geo, Le Monde, The Sunday Times, La Repubblica e Marie Claire. Também tem um famoso projeto fotográfico chamado Toy Stories, onde fotografa crianças com seus brinquedos favoritos. Por isso, depois de receber centenas de e-mails e mensagens de ódio após o lançamento da campanha, se sentiu na obrigação de fazer a declaração pública. “Como de praxe em uma sessão comercial, a direção da campanha e a escolha dos objetos expostos não estão nas mãos do fotógrafo”, explicou Gabriele.

O fotógrafo Gabriele Galimberti

E aqui vale ressaltar que a versão do fotógrafo é o mesmo comum nesse tipo de campanha publicitária de grandes marcas. Geralmente, o fotógrafo não tem voz em campanhas como essa. Eles apenas são contratados para iluminar a cena e as tirar fotos. Normalmente, a um diretor da agência responsável pela campanha que definiu todos os detalhes com uma equipe de produção da empresa. Além disso, depois das fotos prontas, novamente diretores da agência e da marca de moda, em conjunto, fazem a aprovação e seleção das melhores fotos que serão incluídas nos catálogos e peças publicitárias.

Ao que parece alguém, que não o fotógrafo, decidiu colocar os adereços nos ursinhos e achou que isso era uma boa estratégica de publicidade para a Balenciaga ou alguma forma de propagar seus conceitos de vida através da marca. Com certeza alguém com bastante influência e capacidade de decisão em todo o processo. Tanto que a Balenciaga, após o comunicado oficial, veio novamente a público para esclarecer ao DailyMail Online que não processaria mais o fotógrafo pelas fotos como informado inicialmente.

Um porta-voz da marca de moda disse: “Balenciaga não está tomando nenhuma ação legal contra Gabriele Galimberti, o fotógrafo da campanha de primavera”. No entanto, a marca entrou com um processo de US$ 25 milhões contra a produtora que criou a sessão de fotos para outra imagem problemática na mesma campanha publicitária.

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