Fotografar crianças mensalmente durante o primeiro ano de vida é um desafio – e também algo que me parece um pouco desatualizado. Há quase 20 anos, quando iniciei na fotografia, já se fazia aquela foto de mês, infalivelmente.
Lembro-me da preocupação de, a cada novo mês, fazer algo bonito e diferente dos meses anteriores. Mesmo para fazer uma única fotografia de filme (e era única mesmo), procurava fazer o melhor ao meu alcance: investia em cenários, brinquedos e até roupas. Acabava ficando repetitivo, sem sentido e, além de tudo, não era barato.
Fui me dando conta de que aquilo tudo era desnecessário e que as fotografias pareciam artificiais, pois queria algo que trouxesse recordações e que fosse realista. Então comecei a pedir para as mães trazerem os brinquedos e as roupinhas da criança. Poderiam ser simples, as do dia a dia de preferência, pois elas eram realidade e trariam consigo a lembrança de muitas histórias vividas. Assim, aos poucos, eliminei todos os adereços e busquei a essência da pessoa fotografada e da luz que a ilumina.
Junto a isso simplifiquei ainda mais: transformei a sessão mensal em trimestral e a chamei de “fases do bebê”. Eu os fotografo durante o ano inteiro em cinco sessões e, quando o ano se encerra, faço a diagramação e a encadernação das 50 melhores imagens, transformando-as em uma verdadeira joia de família.
O passar dos anos parece ter acelerado o tempo e tenho a sensação de que três meses do passado são como um mês no presente. As pessoas, em geral, têm menos tempo para tudo, e fotografar em estúdio mensalmente é extremamente cansativo tanto para os pais quanto para os fotógrafos. Além disso, atualmente milhares de fotografias são feitas pelos próprios pais no primeiro ano de vida do bebê, capturando o dia a dia da criança em detalhes. Então, para quê a correria em estúdio? Relaxe, diminua o volume de sessões, aumente a quantidade mínima de imagens, apresente um acabamento melhor, embeleze seu trabalho e deixe o cliente mais satisfeito para, depois de tudo, agregar valor a ele.
