Fotojornalista vencedor do Prêmio Pulitzer é morto em emboscada

O fotojornalista indiano Danish Siddiqui, vencedor do Prêmio Pulitzer, foi morto na semana passada (16 de julho) durante uma missão no Afeganistão. Siddiqui estava viajando em um comboio das forças especiais afegãs, perto da fronteira com o Paquistão, quando uma emboscada de membros do Talibã atacou e matou o fotógrafo, de 38 anos, e outros membros da missão. Dias antes, Siddiqui já tinha sido ferido no braço por estilhaços durante um combate, mas foi tratado e voltou para a cobertura fotográfica.

A cobertura de Siddiqui no Afeganistão estava próxima do fim porque o presidente americano Joe Biden determinou o fim de todas as operações das tropas americanas no país, no máximo, até 11 de setembro. Infelizmente, o fotógrafo não voltará com vida.

Fotojornalista vencedor do Prêmio Pulitzer é morto em emboscada
O fotojornalista Danish

Dia 13 de julho (3 dias antes de sua morte), Siddiqui fez suas últimas e chocantes postagens no Twitter e disse: “O Humvee no qual eu estava viajando com outras forças especiais também foi alvo de pelo menos 3 rodadas de RPG e outras armas. Tive a sorte de estar seguro e capturar o visual de um dos foguetes atingindo a placa de blindagem acima. O ataque continuou enquanto as Forças Especiais Afegãs recuavam após realizar a extração com sucesso. Pegos no meio dessa emboscada estavam vários afegãos que estavam presos enquanto um deles era este menino”. Veja o Twitter original abaixo:

No final daquele dia ele fez outra postagem deitado no chão e disse: “Tive uma pausa de 15 minutos durante quase 15 horas de missões consecutivas”.

A ONU – Organização das Nações Unidas afirma que 39 fotojornalistas foram mortos em ação, entre 2018 e 2021, documentando a violência no Afeganistão. Siddiqui, que morava em Mumbai, trabalhava para a Reuters há mais de uma década e era o fotógrafo-chefe da agência na Índia.

Em 2018, Siddiqui ganhou o Prêmio Pulitzer de fotografia, ao lado de mais seis colegas, pela cobertura da crise de refugiados em Bangladesh. As fotos expuseram ao mundo à violência que os refugiados enfrentaram ao fugir de Mianmar. Além do Pulitzer, Siddiqui ganhou vários outros prêmios de fotojornalismo nos EUA, Inglaterra, China e Índia.

Um refugiado protege sua irmã da chuva enquanto ele desce uma colina após cruzar a fronteira entre Bangladesh e Mianmar em Cox’s Bazar, Bangladesh. REUTERS / Danish Siddiqui

Seu trabalho foi amplamente publicado em várias revistas, jornais e galerias – incluindo National Geographic Magazine, BBC, CNN, New York Times, Forbes, The Guardian, The Washington Post, Wall Street Journal, Time Magazine e várias outras publicações.

Ele recentemente gerou polêmica por capturar fotos que mostravam cremações em massa dos mortos pelo COVID na Índia. Mais de seu fotojornalismo podem ser vistos em sua conta oficial do Instagram. Após o anúncio de sua morte, muitas homenagens foram feitas ao redor do mundo. Veja abaixo:

Fotojornalista vencedor do Prêmio Pulitzer é morto em emboscada
Fotojornalistas prestam homenagem ao fotojornalista indiano vencedor do Prêmio Pulitzer, Danish Siddiqui, morto no Afeganistão | ANI
Fotojornalista vencedor do Prêmio Pulitzer é morto em emboscada
Jornalistas colocam velas ao lado de um retrato do jornalista da Reuters, Danish Siddiqui, em homenagem a Calcutá.

Fotojornalista vencedor do Prêmio Pulitzer é morto em emboscada
Um artista presta homenagem ao fotojornalista da Reuters em Mumbai. (Foto: Ganesh Shirsekar)
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