“Nunca mais quero ter de fazer isso”, diz fotógrafo

O fotógrafo do Boston Globe John Tlumacki jamais poderia imaginar que, ao sair da redação para cobrir a Maratona de Boston, na segunda-feira (15), voltaria com algo além de imagens de corredores cruzando a linha de chegada. Voltaria com imagens de horror e morte. Uma experiência que ele espera não repetir jamais.

John relatou o que viu ao blogue de fotografia Lightbox, da revista Time. Segundo contou, tudo corria bem (e um tanto aborrecido) na prova, até que se ouviu uma explosão. Nem foi tão forte, mas logo havia uma grande nuvem de fumaça e muitos gritos.

Apesar da perplexidade, o fotógrafo experiente em maratonas não titubeou. Correu em direção à explosão e se pôs a trabalhar. Cerca de quinze segundos depois, houve uma segunda explosão, no que as autoridades norte-americanas consideram uma ação terrorista, embora até o momento ninguém tenha reivindicado a autoria. Três pessoas morreram e 176 ficaram feridas.

“Havia corpos por todo o lado, era difícil chegar às vítimas por causa das barreiras. É indescritível, ver pessoas sem pernas, sem pés, morrendo na sua frente”, horrorizou-se o fotógrafo, que disse ter usado a câmera para manter o distanciamento necessário para executar o trabalho que, sabia, tinha que desempenhar. “Não consigo comparar isso a nada em que tenha alguma vez estado. O horror. E a raiva”, testemunhou Tlumacki, que teve de voltar para casa descalço. Seus sapatos ficaram ensopados de sangue.

Artigos relacionados