AP despede fotógrafo que manipulou imagem

Superposição de fotos divulgada pela AP mostra a manipulação
Superposição de fotos divulgada pela AP mostra a manipulação

A agência de notícias Associated Press divulgou nesta quarta-feira (22) que “cortou laços” com o fotógrafo freelancer Narciso Contreras. O mexicano, que no ano passado conquistou um prêmio Pulitzer na categoria Breaking News, teve seu acordo de colaboração encerrado após admitir ter manipulado uma imagem sua, que foi veiculada pela agência.

A imagem foi feita dia 29 de setembro de 2013. Ela mostra um rebelde sírio envolvido em combate na vila de Telata, na província de Idlib. A foto original captou a câmera de vídeo de outro jornalista. Narciso manipulou o arquivo para remover a câmera, procedimento que a AP considerou uma violação dos padrões éticos da agência.

“A reputação da AP é primordial e reagimos decisiva e vigorosamente quando ela é manchada por atos que violem o nosso código de ética”, disse o vice-presidente e diretor de fotografia da agência, Santiago Lyon. “Remover deliberadamente elementos de nossas fotografias é completamente inaceitável”, sublinhou.

Narciso contou, também na quarta, que retirou a câmera porque temia que ela pudesse causar distração. Por isso, clonou partes do terreno em volta da cena para cobrir o equipamento.

“Eu tomei a decisão errada quando removi a câmera. Sinto-me envergonhado por causa disso”, reconheceu o mexicano. “Você pode olhar meus arquivos e ver que esse é um caso isolado, que ocorreu provavelmente num momento de muito estresse, em uma situação realmente difícil, mas sim, isso aconteceu comigo, então eu tenho que assumir as consequências”, resignou-se.

Santiago Lyon analisou as outras 494 imagens de Contreras licenciadas pela agência e constatou tratar-se realmente de um caso isolado. Apesar disso, todas elas foram tiradas de circulação. Narciso trabalhava para a Associated Press desde 2012.

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