Anja Niedringhaus, uma “perda profunda”

A comunidade jornalística internacional ainda está perplexa com o assassinato da fotógrafa da Associated Press (AP) Anja Niedringhaus, ocorrido no último dia 4, enquanto ela cobria os preparativos para as eleições presidenciais no Afeganistão. David Guttenfelder, chefe de fotografia da AP na Ásia, em entrevista à National Geographic, resumiu o sentimento geral: “É uma profunda perda para o fotojornalismo”.

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Anja Niedringhaus, foto feita em abril de 2005 por Peter Dejong

Anja tinha uma folha de serviços de 25 anos cobrindo conflitos e eventos internacionais. Segundo David, ela praticamente coordenou a equipe de fotógrafos que conquistou um Pulitzer (categoria “Breaking News”) em 2005 pela cobertura da guerra no Iraque.

“Eu honestamente não acredito que a AP poderia cobrir aquela guerra sem a influência dela. Nosso staff inteiro estava apoiado na sua imagem. Tenho certeza de que mesmo agora, quando eles saem pela porta com suas câmeras, se perguntam: ‘O que Anja faria?’ Eu acho que talvez qualquer fotógrafo da AP tenha feito essa pergunta em algum momento”, disse David, que trabalhou com a fotógrafa durante muito tempo.

“Eu a conheci na Albânia em 1999, enquanto cobria a guerra em Kosovo. Ela estava trabalhando para a EPA [agência Pressphoto] naquele tempo. Alguém disse ‘Anja Niedringhaus está aqui’ e eu pensei: “Oh, não”. Sua reputação era tão forte e eu estava com medo de ser derrotado nas primeiras páginas dos jornais todos os dias. Mas eu estava ansioso por conhecê-la. Quando a AP a contratou alguns anos depois [em 2002], fiquei aliviado: ela estava agora no nosso time”, disse o jornalista, que destacou sua atitude invariavelmente destemida: “Não de um jeito arrogante, mas mais como ‘isso é muito perigoso, mas é importante. Isso precisa ser ser feito. Precisa ser coberto. Quem mais vai fazer isso? Eu vou’”.

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