O fotógrafo jamaicano do Washington Post Michel du Cille, 58, morreu nesta quinta-feira (11), num vilarejo da Libéria, onde cobria a epidemia de Ebola. Vencedor de três prêmios Pulitzer, o fotojornalista sofreu um ataque cardíaco enquanto empreendia uma “extenuante caminhada” numa região remota daquele país, acompanhado de um repórter, informou o editor executivo do Post Martin Baron. Michel chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu.
“Perdemos um colega querido e um dos fotógrafos mais talentosos do mundo”, lamentou Baron.
Michel ganhou seu primeiro Pulitzer em 1986, pela cobertura da erupção de um vulcão na Colômbia. Na ocasião, trabalhava para o Miami Herald. O segundo prêmio veio dois anos depois, por um ensaio sobre viciados em crack. O terceiro foi em colaboração com a equipe do Post, onde du Cille ingressou em 1988.
O fotógrafo havia retornado há apenas dois dias ao país infectado pelo Ebola. Em outubro, após ter passado um tempo cobrindo a epidemia na Libéria, Michel teve uma aula que daria aos alunos de jornalismo de uma universidade nova-iorquina cancelada, em função do medo da doença. “Foi um desserviço aos alunos de jornalismo da Syracuse, eu perdi a oportunidade de compartilhar experiências do mundo real com futuros profissionais da mídia”, escreveu na ocasião du Cille. Ele deixa a mulher, Nikki Kahn, também fotógrafa do Washington Post, e dois filhos de um casamento anterior.