Miron Zownir, o “poeta da fotografia radical”

“A fotografia de Zownir cria uma sensação misteriosa, atemporal, que leva o espectador para a hiper-realidade. É impossível não sentir uma resposta emocional intensa quando exposto à sua obra. Ele é um daqueles raros artistas cuja empatia queima através de suas imagens, defendendo desajustados e sonhadores que vivem suas vidas por baixo do radar da sociedade ‘aceitável'” (Dazed & Confused).

Miron Zownir se interessa mesmo pelo que está à margem da sociedade, pelo que as pessoas evitam aceitar que existe, o que ninguém quer ver. Ele fotografa homossexuais, prostitutas e viciados desde o final da década de 1970. Zownir aproveitou o movimento punk em Berlim e Londres para explorar e registrar a sua obsessão pela vida no limbo. A abordagem peculiar do fotógrafo mostra as esferas subculturais do centro da cidade de Nova York, Los Angeles e Pittsburgh através de fotografias em preto e branco de alto contraste.

Em uma viagem à Rússia, ele tirou fotos de pessoas sem-teto próximas à morte ou já mortas. De acordo com Zownir, Moscou é “a cidade mais agressiva e perigosa em que já estive”. Mesmo assim, insistiu em representar o declínio social e moral da ex-União Soviética. Ele foi rapidamente reconhecido pelo seu trabalho e começou a ser chamado de poeta da fotografia radical. Embora muitos admirem sua fotografia de marginalizados, outros deram-lhe a reputação de “um dos fotógrafos contemporâneos mais intransigentes”. Há críticos que afirmam que Zownir continuou do ponto onde Diane Arbus e Weegee pararam.

Suas fotografias têm sido exibidas em galerias e museus de vários países desde 1981. Algumas também foram expostas entre obras de artistas como Goya, Picasso, Alfred Kubin, Cindy Sherman, Robert Mapplethorpe, Man Ray, Larry Clark, Andy Warhol e Nobuyoshi Araki.

Atenção: as fotografias abaixo contém caráter sexual e cenas explícitas