Fotógrafo “caçador de grafites” lança livro
“Estive em um safári na África e o guia me convidou para caçar. Estranhei. E ele esclareceu que seria uma caçada simbólica, apenas uma sessão de fotografias, buscando os animais na savana. É esse o paralelo que faço: sou um caçador de grafites”, define-se Ricardo Czapski, que lança dia 7 de novembro no Restaurante Riso (R. Mário Ferraz, 529, Itaim Bibi), em São Paulo, o livro Graffiti SP (Ipsis Gráfica e Editora, 128 págs., R$ 50).
Natural de Itu, Ricardo vive na capital paulista há 18 anos. Nos últimos oito, esse fotógrafo e consultor financeiro se acostumou a clicar grafites enquanto esperava no trânsito, no trajeto entre sua casa, o escritório e as visitas aos clientes, espalhados por vários bairros. O hobby resultou num acervo de cerca de 10 mil imagens, das quais 130 foram selecionadas para compor o livro.
“Percebi que essa é uma manifestação artística volátil, pois muitos muros e paredes são derrubados, pintados, pichados e, desse fato, veio a inspiração maior: desenvolver um trabalho de documentação para que essa arte não seja esquecida ou que tenha sido feita em vão”, conta Ricardo, que começou na profissão há vinte anos, como assistente de fotografia no Havaí.
O texto de apresentação é do grafiteiro Binho Ribeiro. Ele observa que o livro “surge do olhar de um fotógrafo que teve uma iniciativa simples e com o passar do tempo percebeu que havia gerado um registro histórico da arte de rua, produzida por artistas anônimos, entre outros famosos e respeitados, de uma forma solta e não direcionada”.
O livro terá 600 exemplares doados para entidades culturais e pode ser visto na íntegra na internet. Para acessá-lo, clique aqui.