Como publicamos aqui no iPhoto Channel há alguns dias, o fotógrafo Lalo de Almeida tinha sido escolhido um dos 24 vencedores da etapa regional do World Press Photo 2022. E se estar nessa seleção regional já era fantástico, afinal, o concurso recebeu 64.823 imagens, de fotógrafos de 130 países ao redor do mundo, agora chegou a consagração completa para Lalo de Almeida.
Ontem (07/04), a organização do World Press Photo anunciou que fotógrafo brasileiro foi escolhido o melhor fotógrafo do mundo na categoria “Projetos de Longo Prazo”, pela série de fotos intitulada “Distopia Amazônica”, onde registrou a destruição da floresta e os impactos ambientais e sociais nas comunidades indígenas.
Além do trabalho fotográfico impecável diante dos imensos desafios geográficos e físicos de fotografar na Amazônia, Lalo de Almeida trabalhou por mais de dez anos para concluir esse projeto fotográfico. Simplesmente, impressionante! Imagine as milhares de horas, cliques, viagens e dificuldades que o fotógrafo enfrentou durante quase uma década de trabalho. Por isso, e com muito merecimento, Lalo recebe agora o mais importante prêmio de fotografia jornalística do mundo.
“A Amazônia abriga mais de 350 grupos indígenas diferentes. A exploração da Amazônia tem vários impactos sociais, principalmente nas comunidades indígenas que são obrigadas a lidar com a degradação significativa de seu meio ambiente, bem como de seu modo de vida”, disse Lalo. Como vencedor do World Press Photo global, o fotógrafo brasileiro receberá um prêmio em dinheiro de € 5.000 (cerca de R$ 30 mil) e um prêmio físico adicional.
Lalo de Almeida disse: “Não dá para separar as questões ambientais e sociais como se fossem duas coisas diferentes. Você vê que a maioria das cidades que têm altos níveis de desmatamento, também têm os mais altos níveis de pobreza. Então, esses são elementos que estão completamente conectados: pobreza, violência, degradação ambiental e desmatamento.”
Um pouco da história de Lalo de Almeida
Lalo de Almeida (1970) é radicado em São Paulo e estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, Itália. Ingressou no fotojornalismo trabalhando em pequenas agências de Milão cobrindo a crônica policial da cidade. Ainda na Itália fotografou temas nacionais e internacionais como a guerra na Bósnia. De volta para o Brasil trabalhou no jornal Estado de S. Paulo, revista Veja e durante 23 anos trabalhou no jornal Folha de S. Paulo. Paralelamente ao trabalho na área jornalística sempre desenvolveu trabalhos de fotografia documental como projeto “O Homem e a Terra”, sobre as populações tradicionais brasileiras, que recebeu o Prêmio Máximo da I Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba em 1996 e ganhou o Prêmio Fundação Conrado Wessel em 2007.
Vencedores das outras categorias do World Press Photo
Além de Lado de Almeida, o World Press Photo escolheu mais três vencedores da etapa global. Na categoria “Foto da Imprensa Mundial”, a vencedora foi a fotógrafa canadense Amber Bracken, por imagens feitas para o New York Times. Veja abaixo a foto:
Na categoria “World Press Photo Story of the Year”, o vencedor foi o fotógrafo Matthew Abbott, da Austrália, por uma foto feita para a National Geographic/Panos Pictures.
E, por fim, na categoria “World Press Photo Open Format Award”, a fotógrafa Isadora Romero, do Equador, foi a grande vencedora.