Supermacros com câmera compacta

Meu nome é Sérgio Moscato e vou explicar um jeito de se fazer supermacros com uma simples câmera compacta digital, usando uma lente 50mm invertida na frente da lente da compacta.

Em 2005, comprei minha primeira câmera digital, uma Sony H1, e comecei a fazer fotos de natureza, principalmente de insetos e flores, mas não conseguia grandes ampliações. Comprei dois filtros close-up para usar com a  câmera e consegui ampliações boas, mas a imagem ficava com aberrações e distorções, principalmente nas bordas. Então, pesquisando na internet, achei um site que ensinava como fazer boas macros usando a compacta e uma lente invertida em uma máquina da Canon.

Minhas primeiras macros com essa técnica foram com a Sony H1 e uma lente 50mm f/1.4 da Nikon e consegui grandes ampliações, mas percebi que a qualidade da imagem ainda não era muito boa, então resolvi comprar uma Canon A620 e uma lente usada de uma antiga Zenit, de abertura f/1.8, para utilizar a técnica da lente invertida.

Para acoplar a lente na câmera foi necessário comprar um anel adaptador específico para a Canon A620, além de outro anel, tipo macho-macho, para rosquear a lente invertida no anel adaptador.

Montei o equipamento e fui fazer algumas fotos de insetos e surgiu outro problema: a iluminação natural não era suficiente para fazer boas fotos. Para fazer a fotometria, tinha que baixar a velocidade e aumentar o ISO, e o resultado era que as fotos ficavam tremidas e com muito ruído.

Para utilizar o flash da câmera também não dava certo, pois a lente fazia sombra sobre o assunto. No site que pesquisei, a pessoa usava um flash externo acionado por fotocélula para fazer a iluminação, mas eu resolvi o problema de outra maneira: fiz um tipo de rebatedor com uma lâmina de isopor e um “caninho de antena” de TV achatado e parafusado embaixo da câmera, no lugar de fixar no tripé.

Dessa forma, pude usar o flash da própria câmera nas fotos. Todas as fotos com esse tipo de adaptação têm que usar o flash, e não é fácil achar o equilíbrio correto entre a potência do flash, a velocidade e o ISO para conseguir uma boa foto – tem que ir testando para achar a melhor combinação.

Basicamente, a velocidade do obturador tem que ser alta, normalmente entre 1/160 e 1/250, pois não uso tripé em minhas fotos, mas já consegui fazer boas fotos com 1/60 de assuntos parados, como gotas e pequenas flores.

Já a abertura da lente da câmera tem que ser a mínima possível. No caso da Canon A620 é f/8 sempre, enquanto que na lente invertida a abertura tem que ser a maior possível – no caso da minha lente é f/1.8, e o foco dessa lente tem que ser colocado no infinito.

A lente na forma invertida vai funcionar como uma poderosa lente de aumento, e quando combinada com o zoom de quatro vezes da câmera, permite grandes ampliações sem a necessidade de cortar as fotos para ampliar, deixando-as com uma qualidade muito superior a dos filtros close-up.

O foco nesse sistema é conseguido muito próximo do assunto, entre quatro a cinco centímetros apenas – muitos insetos não aceitam essa aproximação e voam antes – e a profundidade de campo é muito baixa, mais ou menos de três milímetros, e tudo o que está à frente ou atrás fica borrado, dando mais destaque para o assunto principal.

Para achar o ponto de foco tem que ir movimentando a câmera para a frente e para trás até conseguir focar, depois apertar o botão disparador até o meio e a câmera se encarrega de achar o foco. Normalmente ela acerta, mas às vezes não foca bem onde você quer, aí eu movimento novamente a câmera até focar no ponto certo e faço a foto. São movimentos muito sutis, de alguns milímetros apenas.

Já participei de alguns concursos de fotografia do SOS Mata Atlântica e sempre tive pelo menos uma foto classificada entre as 30 melhores, sempre concorrendo com fotógrafos que usavam câmeras profissionais e lentes macro dedicadas.

Nas câmeras compactas atuais não sei qual modelo poderia ser aplicado no uso dessa técnica, mas, pelo que vejo nos modelos das compactas mais simples, nenhuma delas tem uma opção para acoplar um anel adaptador para lentes extras, apenas na linha SX da Canon dá para acoplar esse anel e outras lentes nele. Talvez a linha G também tenha essa opção.

No final de 2012 comprei uma 7D com uma lente 100mm 2.8 macro. Essa lente faz macros 1:1, enquanto que com a A620 mais a lente invertida a ampliação é bem maior, em torno de 1:2.

  • SÉRGIO ROBERTO MOSCATO é formado em agronomia e mora em Cambé (PR). Agricultor, ele tem a fotografia apenas como hobby, que passou a desenvolver a partir de 2005. Fotografa sempre no sítio onde trabalha ou no quintal de casa: “O jardim de casa é um lugar muito bom para fazer fotos de insetos, basta ter paciência e saber procurar nos lugares certos”.

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3 Comentários

  1. Bom dia,
    Tenho uma camera mirrolles sansung, e, gostaria de compras um adaptador para ela.Voce sabe onde conseguir e quem tem, para vender
    cordialmente
    jose luiz magalhaes