Arthus-Bertrand e os retratos da Terra

As imagens carregam uma beleza extraordinária. A mensagem, porém, pode ser um pouco mais sombria. Essa junção é parte do fascínio das imagens de Yann Arthus-Bertrand, um fotógrafo e ecologista francês que há 20 anos fotografa a Terra vista de cima.

Depois de passar pelo Rio de Janeiro, durante a Rio+20, a exposição A Terra vista do céu, de Bertrand, foi montada ao ar livre em Brasília, em grandes painéis que auxiliam na apreciação das imagens, num total de 130.

O francês começou a trabalhar nessa série após a conferência mundial sobre meio ambiente Ri0 92. Desde então, ele vem capturando imagens da superfície terrestre, as quais mostram tanto a exuberância da paisagem sob um ponto de vista pouco explorado, como evidenciam as feridas provocadas pela degradação ambiental.

Segundo o autor, as primeiras imagens tinham como foco a beleza em si. Com a evolução do trabalho, a dimensão humana, no sentido de alertar para o que está ocorrendo com o planeta, ganhou maior importância.

“Eu acho que todos estão cientes da falta de recursos [naturais], do crescimento da população, todos sabem disso. Nós sabemos sobre mudanças climáticas, mas ninguém quer mudar. Precisamos aprender a viver uma vida melhor com menos”, advertiu Yann à DW, dizendo não acreditar em uma revolução econômica ou científica capaz de reverter o quadro. Para ele, apenas uma revolução espiritual poderá dar esperança ao planeta. Mas não baseada em religião, e sim em ética e moral.

A exposição Terra vista do céu ficará na parte central de Brasília até 4 de novembro. Depois deverá seguir para São Paulo e Belo Horizonte. Na internet também é possível ver as imagens da mostra, sua localização e detalhes dos locais, além de saber mais sobre o trabalho do fotógrafo e sobre o projeto.