Livro apresenta um registro da diversidade religiosa no centro de São Paulo

A cidade de São Paulo completou nessa quinta feira, 25 de janeiro, 464 anos de sua fundação. Histórico destino de imigrantes, a capital paulista é um mosaico multifacetado onde convivem as mais variadas etnias, que mantêm e expressam suas tradições e, sobretudo, sua religiosidade. O sagrado, em suas diferentes manifestações, vive em cada canto da região central da cidade. É o que mostra, por meio de imagens e reportagens, o livro “Sacracidade – Expressões da Fé na Metrópole”, de Xavier Bartaburu.

Utilizando ferramentas do jornalismo literário e da fotografia documental, Bartaburu buscou o sagrado em esquinas, vielas e ruas enviesadas. Percorreu igrejas, templos, mesquitas, sinagogas e terreiros para registrar as muitas formas com que os habitantes da maior cidade do Brasil se conectam com o divino. Como resultado, o livro é um dos mais completos registros da diversidade religiosa no centro paulistano. Segundo o autor, “Sacracidade” pode ser definido como uma coletânea de contos da vida real:

“As histórias que coletei são todas reais, mas bem poderiam ter sido inventadas, de tão insólitas. Por isso, apesar de ser um livro de não ficção, optei por um tratamento literário que ilumina sob outros ângulos aqueles lugares e personagens.”

Foto: Xavier Bartaburu

“Todas as fotos foram capturadas pelo ângulo de uma testemunha ocular ao mesmo tempo ativa e passiva desses cenários. Não tem nenhum retrato, nada foi posado. Registrei os cultos como se estivesse no meio da massa de fiéis, imerso naquelas experiências do sagrado”.

Foto: Xavier Bartaburu

Ao dirigir seu olhar para esses universos de conexão e religação com o sagrado, o autor, mais do que coletar imagens, se viu testemunha de situações pouco imagináveis até então. Na introdução do livro, ele escreve:

“São Paulo talvez não tenha 365 igrejas como Salvador, mas tem missa em alemão, japonês, italiano, espanhol, armênio, árabe, coreano e latim. Tem boliviano na sinagoga e chinês no terreiro. Trans no púlpito e freira na clausura. Zé Pelintra no Bixiga e Alá no Anhangabaú. Tem padre dando passe e mãe de santo em porta de igreja. Tem pastor peregrino e, também, butique de batina. Tudo isso bem no centro. A três, quatro, não mais que dez quadras de distância. Entre o lixo e o xixi, entre a fumaça e o fuzuê, não tem canto onde alguém não tenha encontrado seu Deus”.

Foto: Xavier Bartaburu

O livro “Sacracidade – Expressões da Fé na Metrópole”, de Xavier Bartaburu, pode ser adquirido através do site da editora Origem.

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