Fotógrafa da Magnum documenta ausência do pai recortado do álbum de família

Com sete anos de idade Diana Markosian mudou-se para a Califórnia com sua mãe e seu irmão. Em uma noite foi avisada que faria uma viagem e depois de muitas horas de voo chegaram na nova casa, mas seu pai não iria encontrá-los. Em seu projeto a fotógrafa da renomada agência Magnum Photos realizou o trabalho documental “Inventando meu pai” onde imagina um mundo com a presença paterna.

A mudança para a Califórnia em 1996 e o fato de que Markosian nunca se despediu de seu pai a acompanhou ao longo dos anos, e quase duas décadas depois Markosian viajou para a Armênia em busca de seu pai. “Meu pai desapareceria por meses a fio. Então, inesperadamente, ele voltaria para casa. Até que, um dia, foi a nossa vez de sair.” conta a fotógrafa.

Durante sua viagem descobriu que seu avô tentou procurá-los, encontrou uma mala com cartas devolvidas enviadas aos EUA e anúncios em jornais sobre seus ‘netos desaparecidos’. “Para minha mãe, a solução para esquecê-lo foi simples. Ela cortou a imagem dele de cada fotografia. Mas esses buracos dificultaram que eu o esquecesse” escreve a fotógrafa em seu site.

Hoje sua dor transformou-se em arte, mas não anula a falta do pai e o vazio causado na infância. A vida seguiu e Diana Markosian tornou-se uma grande fotógrafa premiada. No World Press Photo deste ano sua fotografia “The Cubanitas” foi vencedora na categoria ‘Questões Contemporâneas’.

Artigos relacionados