Como é o trabalho de um fotógrafo do Exército

Algumas atribuições da fotografia lembram um pouco a de um caçador. Pense num fotógrafo de natureza e sua aproximação sorrateira de uma “presa”. O mesmo se pode dizer de um soldado, camuflado na mata, silencioso e à espreita do “inimigo”. Ocorre que, dentro das armas, há quem execute a dupla função – de fotógrafo e soldado.

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Manoel Kipissy: desejo de seguir fotografando após dar baixa

É o caso de Manoel Kipissy, 25, cabo e auxiliar do departamento de comunicação social do Exército Brasileiro. Natural de São Luís (MA), ele serve no 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (10° GAC SI) em Boa Vista (RR) desde 2008 e é responsável pela documentação fotográfica das atividades e missões do grupo, que é subordinado ao Comando Militar da Amazônia.

Entre as atribuições do 10° GAC estão os patrulhamentos de fronteira e controle de estradas e o apoio às ações do Ibama e das polícias Rodoviária Federal e Federal e no atendimento às comunidades indígenas do estado.

“Algumas das atividades do grupo têm a duração de dez a vinte dias. Nesse período, faço o acompanhamento fotográfico de toda ação que o Exército realiza. O registro dessas atividades é de grande importância e de divulgação nacional, como, por exemplo, a minha participação de 22 dias na Operação Ágata 7”, explica o militar, referindo-se à operação de fiscalização de fronteira realizada com apoio do Exército entre maio e junho deste ano.

Outro trabalho importante foi durante a missão de paz no Haiti, a serviço das Nações Unidas, entre 2011 e 2012. “Foi uma das experiências mais fantásticas”, afirma Manoel, que acumulou uma boa rodagem em fotografia nos sete meses em que ficou servindo na capital, Porto Príncipe.

Manoel se tornou fotógrafo no próprio Exército. Ele foi escalado para a assessoria de comunicação por ter experiência com vídeo. Ficou responsável pelos vídeos institucionais e também pelas fotos. Seus primeiros cliques não o agradaram, por isso decidiu estudar fotografia na web. Aí pegou jeito e gosto pela profissão, que pretende seguir assim que der baixa, daqui a um ano.

Segundo o cabo, é um pouco complicado exercer a dupla função, uma vez que ele não está dispensado das atividades rotineiras do seu posto. Ou seja, precisa manusear tanto o fuzil quanto a sua 5D Mark II. São ambas extensões do seu corpo, como dita a norma militar: “O cuidado e o respeito por cada uma dessas ferramentas de trabalho faz com que eu possa disparar com precisão. Hoje, por manejar mais uma câmera do que um fuzil, isso me trouxe uma grande experiência e precisão nos meus disparos fotográficos”, avalia o maranhense, que incorporou características do seu treinamento de soldado no modo como encara a fotografia, ou seja “enxergar sempre o objetivo final e sempre estar atento aos detalhes. Observar a situação ao meu redor, estar sempre pronto para tomar uma decisão rápida e correta. Todas essas situações me deram uma segurança na execução dos meus trabalhos”, acredita. Abaixo, mais trabalhos do fotógrafo de farda (colaborou Cynthia Badlhuk):

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