Fotografia de rua: a crônica do cotidiano

Todos os dias, muitos de nós saem de casa e ganham as ruas agitadas para mais um dia em nossa rotina. Na correria, com tantas preocupações e pensamentos dando voltas na cabeça, os lances do cotidiano passam despercebidos e deixamos de observar certas particularidades. Francisco Matos aceitou o desafio de mostrar detalhadamente esses pequenos acontecimentos. Amante da fotografia de rua, o que busca em seus cliques é a espontaneidade e a emoção de momentos únicos.

A fotografia de rua é uma categoria documental que se diferencia de outras áreas por exigir observação, rapidez e ousadia. O momento é único e jamais se repetirá. Francisco sempre gostou dos momentos de agitação da sua cidade, São Paulo, e foi por volta de 2004 que passou a registrá-los. Usando uma Nikon compacta P 510, que adquiriu há um mês, e também em algumas ocasiões o seu smartphone Samsung Galaxy S3, consegue expressar a paixão pela cultura paulistana.

Nessa área, além da mais paciente observação, é necessário desenvolver um sentimento de antecipação dos fatos. Se possível, prever que algo vai acontecer e pode render uma boa imagem.  É preciso procurar uma composição com linhas e formas, buscando novas maneiras de enquadrar, podendo ser esse o diferencial de uma foto interessante de outra simplesmente banal.

Mas não se pode falar de fotografia de rua sem ter como referência Henri Cartier-Bresson, o francês considerado o “olhar” do século 20. Com seu espírito aventureiro, dinâmico e livre, Bresson fez registros que chocaram uma Europa opressora. “Para mim, a fotografia é um reconhecimento simultâneo, numa fração de segundo, do significado do acontecimento, bem como da precisa organização das formas que dá ao acontecimento sua exata expressão”, declarou certa vez Bresson. É nesse aspecto que Francisco tem sua faceta de Bresson, pois, para ele, fotografia se resume em técnica e emoção. “No meu caso, muito mais emoção”, garante.

 

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