“Lady Warhol” em cartaz no MAM

O Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo está expondo uma série de imagens que mostram o ícone a arte pop, Andy Warhol, usando perucas e maquiagem femininas. Até então inéditas no Brasil, as 50 imagens da mostra Lady Warhol fazem parte da série Imagem alterada, que o fotógrafo norte-americano Christopher Makos fez em 1981.

Com curadoria da produtora espanhola La Fábrica, responsável também pelo festival PhotoEspaña, Lady Warhol ficará na Sala Paulo Figueiredo do MAM até 23 de junho. As imagens são inspiradas no trabalho de Man Ray, que em 1921 fotografou o poeta francês Marcel Duchamp vestido de mulher. Assistente de Man Ray no fim dos anos 1970, Makos teve como preocupação não criar uma simples cópia desse trabalho, mas apresentar alguns aspectos diferentes de composição e acrescentar elementos contemporâneos à sua versão.

Assim, a atmosfera noir do original deu lugar a imagens que realçam a característica palidez de Warhol: “Andy era a pessoa mais branca que eu tinha conhecido”, afirma o fotógrafo, cujo trabalho fotográfico percorre duas linhas opostas: de um lado, imagens de celebridades para revistas como Interview, Rolling Stone e People; de outro, documentários sobre o underground nova-iorquino e a cena roqueira, consagrados no livro White Trash (1977).

Christopher conheceu Andy Warhol no início dos anos 1970. O grande nome da pop art inclusive se beneficiou dos conhecimentos do colega quando decidiu incluir a fotografia em seu rol de interesses, fazendo uso em especial das câmeras Polaroid.

A concepção do ensaio, feito no famoso estúdio Factory, de Warhol, evidencia o caráter de dubiedade de gêneros expresso no título (Imagem alterada) por meio do figurino escolhido. Embora tenha utilizado perucas e sido maquiado como as modelos da época, o artista aparece vestido com suas roupas habituais: camisa branca, gravata e jeans.

“Se levarmos em conta o estado emocional da cultura no mundo, as fotos de Identidade alterada, criadas em 1981, seguem dialogando de maneira eloquente com o público contemporâneo. A mim, me trazem à memória Man Ray, que foi minha grande inspiração, e Andy Warhol, que foi meu melhor modelo e amigo”, destaca Makos.

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