O olhar pela fechadura de Mariana Quintana

Mariana Quintana descobriu que a felicidade não estava nas finanças depois de passar um tempo em Milão. Formada em economia, a paulistana de 28 anos viajou à Itália para obter uma pós-graduação. A atmosfera impregnada de arte da capital da moda virou sua cabeça, que já não andava muito sintonizada em cálculos de perdas e ganhos. Lá, ela viu que queria mesmo era fotografar.

Mariana Quintana: voyeurismo como tema (foto: autorretrato)

“Apesar de ter gostado muito da faculdade, eu nunca pertenci àquele mundo, principalmente no mercado financeiro, onde trabalhei durante alguns anos. Me sentia sempre frustrada”, reconhece. Por outro lado, a veia artística manifestada já na infância favoreceu sua opção pela fotografia: “Quando pequena me dediquei à musica, mas foi no período em que passei na Itália que fui mais a fundo no assunto e onde encontrei o tipo de arte que mais se encaixava comigo. Apesar de gostar muito, nunca fui boa em pintura ou desenho, e acho que isso me fez procurar outros meios de expressão”, diz.

Quando voltou ao Brasil, Mariana ingressou num curso de fotografia. Durante o curso, fez uma oficina de foto de moda que ajudou a estabelecer o seu rumo. Trabalhando profissionalmente há apenas um ano, aposta nesse restrito segmento, e também no mercado fine art. Este último ainda em fase experimental: seus diversos trabalhos têm por finalidade o seu próprio portfolio. “Tenho a intenção de procurar galerias no futuro, mas acredito que ainda não esteja preparada para isso”, avalia.

Comercialmente, a paulistana produz composites de modelos, retratos, editoriais para estilistas e lookbooks. Para ela, trata-se de um mercado difícil, a moda, complicado de entrar: “É muito pequeno e a concorrência, enorme”.

Comercial ou autoral, seu trabalho tem uma escrita comum, temas explorados em projetos pessoais que acabam transpirando em sua produção sob encomenda. Um deles mais do que todos: o voyeurismo. “É algo que me intriga. Gosto de retratar sentimentos e situações intensas, capturar imagens que conversem com o observador, que o levem a imaginar uma história por trás daquela cena”, explica.

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