8 dicas para fazer fotografia com longa exposição

A longa exposição é uma das técnicas da fotografia que dá à cena outro tipo de textura. Às vezes até mesmo uma sensação diferente de realidade, com dinâmicas distintas do comum. Com uma longa exposição bem realizada é possível criar verdadeiras obras de arte na fotografia.

Mas o que é a longa exposição? Basicamente, é quando o obturador fica aberto por um período longo, que pode ir de 1 segundo até vários minutos, expondo o sensor ou filme por mais tempo do que o habitual. O fotógrafo Tim Gilbreath separou 8 dicas para ajudar a criar fotografias com longa exposição, originalmente publicadas no Digital Photography School. Confira:

1. Escolha bem o local

Foto: Tim Gilbreath

Antes de fotografar sua paisagem, é legal pensar bem qual o ambiente que você deseja fotografar: o mar, uma estrada movimentada, uma planície gramada, uma cachoeira? A fotografia de longa exposição versa sobre a captura do movimento dentro de apenas um quadro. Passe algum tempo decidindo o que você está tentando capturar e qual movimento que deseja acentuar. O movimento das ondas? O balançando da grama? As nuvens fluindo? Um bom exercício é imaginar a cena, pensar quais partes vão continuar paradas e quais vão ser capturadas fluindo.

2. Seja paciente e espere o momento certo

As longas-exposições, em sua premissa básica, necessitam de uma entre duas coisas para funcionar corretamente. Ou situações de luz muito fraca, como os períodos de tempo da Hora Dourada (muito cedo ou muito tarde no dia), ou modificadores adicionados à câmera fotográfica para diminuir a luz que entra pela lente, como um filtro de densidade neutra – de preferência com capacidade de reduzir a quantidade de luz em 10 pontos.

Foto: Tim Gilbreath
Foto: Tim Gilbreath

Mas por que tudo isso? O motivo é que se você deixar o obturador aberto por longos períodos de tempo isso vai gerar uma superexposição da sua imagem caso você capture em “luz normal”, clara. Portanto, você precisará alterar uma das variáveis para reduzir a quantidade de luz.

Uma solução é planejar seu clique para o início da manhã, ou para final da tarde/início da noite. Quanto mais escuro estiver lá fora, mais tempo você consegirá deixar o obturador aberto e, portanto, mais movimento que você vai ser capaz de capturar em sua imagem.

3. Escolha a lente perfeita

Claro que não há regras rígidas e rápidas sobre qual lente você precisa usar. Mas, tradicionalmente, paisagens são capturadas com lentes grande angulares para ampliar a visão e traduzir um sentimento de expansividade. Será que você pode capturar uma paisagem com uma lente 50mm padrão? Claro que pode! Mas para maximizar a sensação de espaço aberto de uma cena considere usar algo mais amplo. Tenha em mente que quanto mais elementos você capturar dentro do quadro, mais movimento ele irá conter.

Foto: Tim Gilbreath

Tim Gilbreath usa uma lente 24mm f/2.8 para a maioria de suas fotos de paisagem. “Embora não seja tão grande como as que algumas pessoas usam, acho que isso me dá um bom meio-termo, com uma grande distância focal e muito pouco da distorção tradicionalmente associada com as lentes grande angulares com ângulos maiores”, diz o fotógrafo.

4. Leve o equipamento adequado

O tripé é uma peça inestimável de equipamento para qualquer fotógrafo de paisagem e, para longa exposição, é uma exigência absoluta. Exposições de vários segundos, que são necessárias para produzir o movimento dentro da imagem, precisam de uma base estável para a câmera. A menor quantidade de movimento pode causar manchas, e estas serão amplificadas quanto maior o tempo que o obturador estiver aberto.

Foto: Tim Gilbreath

Outro acessório essencial para essa situação é um disparador remoto. Ele servirá para que você não toque na câmera na hora de apertar o botão. Por mais que você clique com toda delicadeza, isso pode fazer a câmera tremer e estragar sua foto. Fotografar com disparador remoto reduz a vibração durante o clique do obturador ao mínimo possível.

5. Use as configurações corretas da câmera

Em uma situação de longa exposição você precisa deixar a sua abertura o mais fechada possível, mantendo a nitidez. Também será necessário reduzir o ISO para a mais baixa configuração. Por exemplo, um ISO mais baixo (como ISO 100) irá deixar o mínimo de ruído em sua imagem, proporcionando a melhor qualidade de imagem possível. Além disso, as lentes tendem a ser mais nítidas nas aberturas médias. Usando aberturas tais como f/8, f/11 ou f/16 você terá uma boa profundidade de campo em toda a imagem, e ao mesmo tempo fará uma foto mais nítida e mais clara do que se você começar com uma abertura extrema de f/22.

Foto: Tim Gilbreath

Fotografe em RAW. Isso irá capturar a maior quantidade de dados possível, e permitirá que você faça edições não destrutivas mais tarde. Fotografar em formato RAW também tira a necessidade de mexer com o balanço de brancos durante os cliques, uma vez que poderá ser ajustado na pós-produção.

Se você quer definir o balanço de branco no momento da foto, uma boa ideia é selecionar o preset “luz do dia”(ou uma definição de balanço de brancos personalizada de sua preferência), que contrabalança o calor extremo encontrado no pôr do sol ou os tons mais claros ao nascer do sol.

6. Concentre-se em sua composição

Equipamentos e configuração ok, agora é hora de compor sua foto. O que você está capturando? O movimento da água nas ondas do mar? Ajuste sua composição a fim de permitir mais do que a água no quadro (ou o céu, no caso de estar fotografando nuvens).

Foto: Tim Gilbreath

Ter em alguma parte da cena objetos estáticos vai trazer mais atenção aos detalhes em movimento. Aprenda também como fazer time-lapse de nuvens.

7. Visualize e antecipe o movimento

Fotografar uma cena em movimento e tentar capturar esse movimento envolve um pouco de clarividência, digamos. Através da visualização, da imaginação do resultado final, você terá uma noção melhor de como conseguir a imagem.

Foto: Tim Gilbreath

Por exemplo, capturar o fluxo e refluxo das ondas quebrando em uma praia exige saber onde a onda começa e termina. Pense no resultado disso de acordo com o espaço percorrido pela onda. Assim você saberá também em qual espaço poderá compor a cena. Observar o movimento do assunto que você está fotografando irá ajudar a antecipar onde e como ele irá aparecer na imagem final. É sempre bom se planejar com antecedência.

8. A beleza na pós-produção

Aprenda a dar destaques à cena com o processo de pós-produção. Uma imagem de longa exposição já será atraente apenas por suas propriedades inerentes, mas é importante separar um tempo de edição para realçar a beleza que você já capturou na câmera.

Foto: Tim Gilbreath

Os tons podem se tornar mais dramáticos, assim como a foto pode precisar de um pouco mais de luz para impulsionar as cores. Desde que você fotografe com um ISO baixo, você provavelmente não terá que lidar com redução de ruído. Você pode também trabalhar melhor a nitidez da imagem.

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