Social: reconhecimento no interior

Onde quer que se vá, alguém sempre está fazendo da câmera o sustento. São os auspícios da fotografia digital: colocar em cada canto do país um fotógrafo profissional (ou mais de um). O que é uma grande vantagem, já que o cliente pode encontrar um prestador de serviços muito próximo de si. Por outro lado, há muitas vezes o receio de que o cara que fotografa ali perto não dê conta do recado. Ou que um fotógrafo de cidadezinha não seja tão bom quanto o profissional que atua num centro maior.

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Foz do Iguaçu (PR) não é exatamente uma “cidadezinha” (tem em torno de 300 mil habitantes), mas ainda está um pouco deslocada do centro. Essa é a percepção que tinha Andress Ribeiro, 32 anos, fotógrafo natural de União da Vitória (PR), mas que vive próximo das Cataratas há treze anos. Para ele, a cidade fronteiriça ainda carecia de destaque no cenário nacional no quesito fotografia social, que é a área em que atua. Mas isso está mudando, ele afirma – e muito em função do seu próprio trabalho.

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Andress Ribeiro: “Gosto de sorrisos” (foto: Leonardo Leite)

“Tenho me esforçado ao máximo para que Foz seja lembrada também por ter ótimos profissionais da área de fotografia. Graças a Deus, está dando certo”, comemora o rapaz, que está no ramo há aproximadamente cinco anos e começou como todo mundo, fazendo de tudo: “Aos poucos fui me apaixonando por casamentos, pelos momentos do dia, pelos abraços que via, pelas lágrimas, expressões, pelos sorrisos tímidos ou gargalhadas que surgiam durante um casamento”, descreve.

No início, Andress achou que a enorme concorrência que encontrou no setor se devesse à vizinhança com Ciudad del Este, que permitia acesso fácil a equipamentos. Depois, travando conhecimento com profissionais de outras regiões, ele percebeu que Foz não difere em nada de outros lugares e que a concorrência não é privilégio do lugar. Mas Foz diferia um pouco, talvez, na forma como os casamentos eram celebrados e registrados, sempre de modo tradicional, com pouca margem para ousadias. Andress apostou numa abordagem alternativa que deu certo. “Hoje, a maior parte dos casamento que vou fotografar são externos”, diz.

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Embora seu estilo tenha sido associado ao “fotojornalismo” – e ele faça parte da Fearless Photographers, associação internacional que agrega fotógrafos com esse perfil – Andress não se anima muito com o rótulo. Prefere, ao contrário, descrever sua fotografia de um jeito mais subjetivo: “contador de histórias”, “plantador de sementes” são epítetos que ele gosta de usar.

“No momento, não sei definir o meu estilo. Não tem nada posado, forçado. O que acontece, vou registrando, e com esse material contamos uma bela história em álbuns. Minha assinatura? Hum… gosto de sorrisos. Gosto de trazer isso pra minha fotografia, isso me alegra”, afirma.

Brasileiro que mais fatura prêmios pela Fearless, Andress Ribeiro acha importante mostrar que no “interior” é possível encontrar trabalhos competentes e reconhecidos. Da mesma forma, procura passar um pouco da experiência que acumulou realizando workshops. Poder ministrá-los um pouco além do seu quintal é um dos objetivos para 2014. Acesse seu blogue para conhecer melhor seus pontos de vista.

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