Social: Nataly Motta, maturidade aos dezesseis

Nataly Motta é um jovem talento da fotografia social – e o “jovem” aqui não é mero adjetivo. A menina é novinha mesmo: tem dezesseis anos de idade, mas já comanda um negócio de fotografia social em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre (RS).

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A “Menininha das fotos”, como as clientes a chamam, é mais um desses exemplos que abundam na fotografia de casamentos, de gente que entra na profissão muito cedo, geralmente na sequência de uma tradição familiar. Começam como auxiliares dos pais até poderem “deixar o ninho” e seguir carreira própria ou se tornam sócios deles (como Bel Caetano, em Cascavel, no Paraná).

O caso da gaúcha, natural de Porto Alegre, é um pouco diferente: não havia fotógrafos na família. Mesmo assim, enquanto as amigas possivelmente estavam experimentando figurinos nas bonecas, Nataly fazia desenhos e fuçava os controles da câmera compacta que havia em casa. “Certa vez, meu pai me chamou a atenção por ter ficado o final de semana inteiro lendo o manual das câmeras, mesmo sem nunca ter pegado uma daquelas na mão”, conta a menina, que baixava os manuais da internet.

RETRATO - PELO RETRATISTA EVANDRO VEIGA
Nataly: preocupação com a
imagem (foto: Evandro Veiga)

Com doze anos – idade em que este jornalista não pensava em outra coisa que não subir em árvores para apanhar goiabas – Nataly já sabia o que iria ser. E tratou de trabalhar para isso: “Busquei conhecimento com profissionais do Brasil inteiro, que me adotaram e compartilharam sábios conhecimentos sobre a vida, técnicas e experiências”, afirma. Metódica, ela compareceu a alguns eventos só para ver como tudo funcionava e, aos quatorze anos, atuou em seus primeiros casamentos, como assistente de luz a princípio, depois como segunda fotógrafa.

“Com o tempo, fui exercendo responsabilidades maiores, não foi de uma hora para a outra. Precisei fotografar batizados, cultos de igreja, eventos de empresas, chá de panela e outras cerimônias de menor porte. Pra mim, sempre foi divertido fotografar, então nunca tive medo, a hora de trabalhar não tem esse sentido da palavra na minha vida, o que sempre acontece é a ansiedade para ir logo, pois é um momento muito esperado. O segredo para não ter medo é estar preparado”, fala, com maturidade desproporcional à pouca idade. “Qualquer que seja a minha responsabilidade, aprendo muito, adquiro experiência e confiança para grandes eventos. Sempre tive um extremo cuidado com minha imagem, tanto com clientes como com outros jovens fotógrafos, procuro ter excelência com horários e atendimento – afinal, sendo jovem, devo deixá-los convencidos que profissionalismo não depende da idade”, arremata.

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Nataly tem alguns “projetos inovadores” fermentando para 2015. Relacionados aos casamentos, na certa, embora ela ande realizando alguns ensaios para book. São fotos de debutantes, o que a coloca no mesmo patamar de idade das modelos, e tem sido uma experiência interessante: como “rola uma intimidade”, as meninas aprovam e passam o recado para outras, e assim o filão vai crescendo. “Confesso que é um mercado tentador, mas meu principal foco continua sendo fotografia de casamentos”, garante. Sobre esse segmento, a gaúcha desenvolveu uma boa percepção: vê na concorrência uma forma de estímulo e aprendizado e nas parcerias a melhor maneira de captar novos clientes. E sabe que é preciso adotar uma postura correspondente aos interesses das relações de mercado: “Minha preocupação sempre foi em não desvalorizar o mercado cobrando pouco, mas também tinha que oferecer um serviço que fosse equivalente ao preço que eu estabelecesse, para isso me preparei para conseguir estar nos padrões do mercado”, sublinha.

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Com a desenvoltura de alguém que nasceu sabendo a que veio, Nataly Motta tem uma lição a oferecer a quem a vê como inspiração: “Lembre-se das pessoas, converse com elas, sorria para elas, se importe com elas e somente depois as fotografe”. Vivendo uma época propícia aos sonhos, ela curte o seu de olhos abertos, feliz no papel de testemunha, também, dos sonhos alheios, condição que a faz ter vontade de congelar seus anos nessa etapa da vida: “Hoje, como jovem, cada vez menos desejo me tornar uma adulta, quero continuar com o olhar de criança, continuar sorrindo para as pessoas e fotografando o que me faz sentir e provar o quanto elas são bonitas com sua personalidade”. Da mesma forma, ela aponta o “caminho das pedras douradas” aos outros da sua geração: “Quando me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse, eu só tinha a certeza que queria ser fotógrafa. E para quem acha que cresceu e perdeu o direito de sonhar ou pra quem simplesmente desistiu, é preciso levar a sério o que você realmente quer, ter coragem de seguir o coração e a intuição, pois as melhores marcas que conhecemos nasceram de um humilde sonho que tinha tudo para dar errado”.

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