Os pais do Trash the Dress

Foto: Matt Adcock/Del Sol Photography

Quando surgiu como novidade, em 2009, os fotógrafos que trouxeram o Trash the dress para o Brasil não hesitaram em apontar Del Sol como o precursor desse estilo de ensaio que tem no inusitado a sua força expressiva.

Criada por Matt Adcock e Sol Tamargo, Del Sol é uma bem-sucedida chancela de fotografia social com base no Caribe. Mais precisamente em Riviera Maia, no México, um paraíso ideal para se pensar em fotografar noivas em meio ao cenário natural. E foi isso o que fizeram.

Fotógrafo de casamentos na Geórgia (EUA), Matt conheceu Sol em 2005, por meio de uma cliente em comum que o trouxe ao México. “O casal disse que havia contratado uma fotógrafa de casamento de Cancun, Sol Tamargo. Eles sugeriram que eu a conhecesse e as estrelas se alinharam!”. Desde então trabalham juntos, e estão casados desde 2007.

“Na noite em que eu viajei para o México, ela havia arranjado uma sessão after wedding com uma cliente que havia casado meses antes. Assim, conservar o vestido não era importante. Literalmente, eu desci do avião e começamos a inovar, pura mágica”, explica Matt a gênese do Trash the dress e também da parceria entre eles.

Foto: Matt Adcock/Del Sol Photography

Foto: Sol Tamargo/Del Sol Photography

Foto: Sol Tamargo/Del Sol Photography
Matt Adcock no lombo de um elefante durante um Trash the dress na Tailândia (foto: Sol Tamargo)

Del Sol fundamenta sua criação no conceito de marketing expresso no livro Estratégia do Oceano Azul, que fala sobre investir em novos mercados para superar a concorrência. “Para nós, o TTD foi uma estratégia do oceano azul e tudo o que foi preciso foi desenvolver o mercado para oferecer um produto realmente inovador”, conta Matt, com exclusividade, ao Photo Channel.

No Trash the dress (algo como “jogar o vestido no lixo”) os noivos retomam o figurino do casamento e posam em uma locação capaz de render um belo background e alguns cliques criativos. No Brasil, praias e áreas rurais são as mais procuradas. São comuns fotos dos noivos rolando na areia ou boiando a beira-mar e têm se tornado igualmente populares as imagens debaixo d’água. Tanto umas quanto outras encontram em Del Sol uma raiz inspiradora. Recentemente, o casal tem acrescentado certa dose de “pimenta” à fórmula, como mostram algumas destas imagens.

Foto: Matt Adcock/Del Sol Photography
“Nesta foto, nossa noiva quis nadar sem seu vestido! Era um segundo vestido que ela comprou exclusivamente para a sessão after wedding. Infelizmente, não serviu muito bem, então no final ela quis nadar sem o vestido. Isso nos deu a oportunidade de fotografar algo inesperado” (foto: Matt Adcock)

Foto: Matt Adcock/Del Sol Photography

Foto: Sol Tamargo/Del Sol Photography
Trash the dress na Tailândia: “Nós procuramos água em tantos lugares, mas, nesse caso, você alguma vez viu um TTD envolvendo um elefante?” (foto: Sol Tamargo)
Foto: Matt Adcock/Del Sol Photography
Sol Tamargo encarna uma sereia: “Ela adora fotografar casamentos, mas ama mesmo fazer fotos sexy, fotos com noivas na água” (foto: Matt Adcock)

Matt diz que sessões subaquáticas são uma solicitação permanente dos clientes. Isso significa um esforço extra de logística e um aporte de caixa: “Honestamente, a decisão de fotografar debaixo d’água exige um grande investimento. Especialmente quando você considera todos os outros equipamentos que vêm junto com esse tipo de configuração: cabos, luzes, equipamento de mergulho etc. E lembre que somos adeptos da filosofia do backup. Assim, você precisa duplicar tudo! Em alguns casos, quando for decidir comprar um carro ou um equipamento subaquático, considere suas prioridades primeiro!”

Com a belíssima topografia do Caribe à disposição, parece não haver para eles dificuldade em inovar. No entanto, Matt revela que é importante fugir à rotina para manter o olhar sempre afiado. O casal procura tirar férias e viajar duas vezes por ano para conhecer novas culturas e viver experiências que possam inspirar seu trabalho. “Também é importante não praticar overbooking. Não é porque você consegue agendar vinte sessões que irá automaticamente fazer mágica em todas as vinte. Então, talvez deva considerar aumentar seus preços se a procura aumentar. Lembre-se: risco significa recompensa”.

Falando em viagens, essa dupla criativa ainda não esteve no Brasil, mas mantém contato com alguns fotógrafos sociais daqui, como o paulistano Anderson Miranda, responsável por importar o Trash the dress para o país. “Conheci pessoalmente [o também paulistano] Rodrigo Zapico alguns meses atrás, durante uma visita dele ao México. Pareceu-me um sujeito legal e supertalentoso. Também tenho acompanhado o trabalho de Vinicius Matos [de Minas] faz algum tempo. Mas, honestamente, gostaria de conhecer mais fotógrafos do Brasil. Quem sabe um dia nós possamos visitar seu incrível país e conhecer mais pessoas?”, Matt deixa no ar a possibilidade. Se isso ocorrer – e entrando no embalo das hipóteses – quem sabe seu trabalho inspirador não ache por aqui algo para se inspirar e os criadores não assumam, um pouco, o papel de criatura?

(*) colaborou German Toldo

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