Fotógrafa usa gota de água como lente

A fotógrafa holandesa Robin de Puy fotografou uma série de belos retratos com um equipamento incomum. Em vez de usar uma lente típica, feita de metal (ou plástico) e vidro, ela tirou as fotos usando uma única gota de água como lente. O projeto foi feito em parceria com a empresa de água Spa Nederland e levou seis meses para ficar pronto. Veja abaixo um vídeo que mostra um pouco do processo:

O sistema de câmera de alta tecnologia foi desenvolvido ao longo de várias semanas com a ajuda dos cientistas Hans FeilPieter van der Valk. A gota de água foi colocada em uma placa de vidro e uma corrente elétrica permitiu controlar o foco mudando o formato da gota. Devido à evaporação, a gota precisava ser limpa e substituída a cada 15 minutos ou mais. Veja como funciona o equipamento:

  1. A câmera usa uma gota de água em uma pequena placa de vidro revestida com teflon. O revestimento permite que a água permaneça no formato de gota sem se espalhar. Uma corrente elétrica é então aplicada na placa para mudar o formato da gota – alterando a corrente é possível controlar o foco.
  2. Um sensor industrial (medindo 4 por 6 milímetros) com 18 megapixels foi usado para gravar a imagem em cores, mas a fotógrafa optou por converter as fotos em preto e branco.
  3. Um espelho foi usado para refletir a luz através da gota de água até o sensor. A distância entre a gota e sensor foi de cerca de 12 milímetros.
  4. Para evitar que alguma luz indesejada entrasse na câmera, um pequeno tubo de plástico foi colocado sobre a gota de água.

Robin tirou os retratos em um estúdio em Amsterdã e colocou seus modelos em frente a um fundo cinza. Para obter uma imagem nítida, ela teve que usar uma abertura pequena, resultando em uma exposição de cerca de 1/3 de segundo. Por isso, foi necessário que os modelos ficassem parados durante as fotos. Veja abaixo alguns dos retratos feitos com a “lente de gota“:

Fotos: Robin de Puy
Fotos: Robin de Puy

Embora a tecnologia desenvolvida para fotografar através de uma gota seja novidade, não é a primeira vez que a água serve como condutor de luz em uma objetiva. A Sutton Panoramic, uma câmera fotográfica desenvolvida na Inglaterra em 1859 por Thomas Sutton, possuía uma lente grande angular feita de uma esfera de vidro cheia de água, que projetava a imagem em uma placa de vidro curva.

Fonte: Portrait Academy

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