Fotógrafa revive tradição dos lambe-lambes

O velho fotógrafo de praça, ou lambe-lambe, está de volta ao Rio de Janeiro. A fotógrafa amazonense Maria Di Andrea Hagge, do Coletivo Amazonas, resolveu reviver essa tradição do século 19, num projeto que foi abraçado pela secretaria de cultura do município e que passará por algumas praças da cidade.

O projeto chama-se “Lambe-lambe – Sonhos ambulantes” e tem por objetivo levar arte para o espaço público. No dia 10 de novembro, a fotógrafa estará no Largo do Machado, no Catete. Dia 17, no Parque Madureira, e dia 25 na Quinta da Boa Vista.

Embora tenha por objetivo reeditar a cultura dos fotógrafos ambulantes, Maria Di Andrea aplicou um novo elemento em sua releitura: o teatro fotográfico. No caso, ela monta um pequeno cenário, com trajes e objetos de época, os quais estarão à disposição das pessoas que estiverem pelo local e quiserem uma foto. Após a sessão, as fotos serão exibidas num varal e depois entregues ao público.

“Fotografias são imagens reais, mas também podem ser realidades imaginadas. O projeto levará ao público a possibilidade de um lúdico jogo entre passado e presente, entre realidade e imaginação, entre o que se é realmente e o que se sonha. O registro desses sonhos, desses desejos pessoais, é a intenção do projeto”, explica Maria Di Andrea, que aponta como ponto forte dessa iniciativa a espontaneidade, “já que as pessoas fotografadas são transeuntes abordados e curiosos voluntários”.

A atividade terá início às 9 horas, com a montagem da estrutura necessária. A sessão de fotos começa às 10h e vai até às 13h. Às 14h ocorre a exposição e às 15h serão entregues as fotos. Embora baseada no conceito de fotografia lambe-lambe, as imagens serão captadas com câmeras digitais e impressas em impressoras modernas, numa ponte entre passado e presente – com um pé no futuro, pois a foto ficará como testemunha dessa ação.