Fotógrafa registra o próprio parto e conta toda a experiência

Fotografia de parto é um ramo muito bonito e também delicado. E, a princípio, pela intensidade do momento e as dores de contração, seria um dia a ser fotografado por outras pessoas. Mas não para Lisa Robinson-Ward, fotógrafa americana que trabalha registrando casamentos.

Assim que soube que estava grávida, Lisa decidiu impor um desafio a si mesma: fotografar o próprio trabalho de parto. A gravidez foi uma surpresa, já que há algum tempo ela e o marido tentavam ter mais um filho (eles tem um menino de 9 anos). As tentativas foram sem sucesso, passando por dois abortos, o que os fez parar de tentar.

Lisa resolveu fotografar o nascimento de sua filha Anora por pensar que isso a faria ficar mais calma e focada, a manter sua mente longe da dor. “Eu não sabia se eu seria capaz de tirar fotos ou não”, admitiu Robinson-Ward.

“Eu mantive a minha mente fixa em fazer isso, mas não tinha certeza se eu realmente seria capaz de fotografar”

A fotógrafa Lisa Robinson-Ward descreveu 13 das fotografias para o Huffington Post, e trazemos abaixo traduzidas.

Eu estava tendo contrações, indo e vindo, já há uma semana; minha bolsa estourou às 03h da manhã. Pegamos nossas coisas e a câmera, e entramos no carro para ir ao hospital – felizmente não foi uma longa viagem. Quando chegamos lá, eu estava tremendo com cada contração e em um ponto eu disse para mim mesma: de forma alguma vou ser capaz de segurar a câmera.

Entre as contrações, eu conseguia tirar fotos do que eu via em torno de mim – os monitores, coisas assim. Mas isso era intenso.

Eu tomei uma injeção epidural, então senti que tinha muito mais controle. Eu estava com sorte. Estava em trabalho de parto por 14 horas, mas não parecia ser tudo isso. O tempo realmente voou, em parte porque eu tinha bom manejo da dor…

… E em parte porque o meu marido me apoiou muito.

Perguntei ao meu médico logo no início, “Você tem problema comigo fotografando meu parto?” Ele foi favorável às fotos. Mas quando entrou na sala e viu que eu tinha uma câmera no meu rosto, acho que ficou maravilhado.

Tirei fotos enquanto estava empurrado o bebê para fora! Quando eu estava pronta para empurrar, eu trazia minhas mãos e a câmera para o meu rosto. Eu não sabia o que eu estava fotografando no momento, não sabia se alguma coisa estava em foco. Mas isso me ajudou a me concentrar.

Parte de mim temia que, se eu estivesse tirando fotos, não estaria realmente estar lá. Mas eu estava totalmente lá. Eu estava muito presente quando ela saiu de mim.