Fotógrafa registra durante meses o “caminho do Sol” em imagens com câmera pinhole

Ainda pouco conhecida no Brasil, a Solargrafia é uma técnica que permite registrar o “caminho do sol”  por meio de longa exposição do material fotográfico, utilizando uma câmera pinhole. Precursor nos anos 80, Dominique Stroobant descobriu o processo após deixar uma pinhole aberta acidentalmente.

A fotógrafa paulista Luciana Ferreira Silva é pioneira da prática no Brasil e conta que o registro é feito através de câmeras pinhole, construídas a partir de latas e outros tipos de materiais que devem se resistentes às intempéries.

“Através de uso de latas de refrigerantes de alumínio, e bebidas em geral, estes tipos de cápsulas são usadas devido a alta resistência no tempo, ótimo tamanho e custo-benefício. A imagem formada pelo papel fotográfico dentro da pinhole é depois escaneada ou seja, não passa por processo químico”

Após alguns meses, obtêm-se o resultado chamado de “grau a grau” da trilha solar. A cada dia, um grau diferente, por todos os dias. Luciana conta que em certas ocasiões, a “trilha” surge pontilhada devido a certas “nebulosidades” da época na qual a lata ou câmera pinhole foi submetida.

“Por ser de fato algo que ficará por meses, existe a questão da ‘lata’ estar camuflada ou fixada em local confiável para que não haja interferência de ‘intrusos’. A cada parte do mundo, graus diferentes, trilhas diferentes…”

Luciana explica ainda que, por ser um tipo de fotografia experimental que está sujeita às mudanças climáticas, nem sempre o resultado vai ser como esperado.

“Trata-se de um modo de fotografar absolutamente alternativo, de longo tempo de espera e que muitas vezes não se há resultados satisfatórios, seja por perda do material, água que entra nas câmeras e assim vai, ou curiosos que retiram as cápsulas do local para saber do que se trata.”

Veja abaixo imagens feitas com latas que foram expostas por meses:

Para conhecer mais sobre o processo, acesse o site: www.solargrafia.com.br.

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