Não está fácil o momento em que vivemos. Tamanha é a radicalização das posições políticas que tem sobrado até para as fotografias. No caso, para um retrato do cantor e compositor Chico Buarque, bastante conhecido por seu posicionamento à esquerda e contrário à abertura do processo de impeachment de Dilma Roussef (efetivada na noite desta quarta-feira, 11, no Senado).
Na última sexta-feira (6), um painel com a fotografia do artista, parte da exposição Os Trabalhadores e os 100 Anos do Samba, instalada na Avenida Paulista, em São Paulo, apareceu manchada de tinta, assim como o painel explicativo, reportou o Terra.
“A exposição nada tem a ver com política ou com o posicionamento de cada um. É uma mostra que retrata os trabalhadores dentro do samba. A foto do Chico Buarque, clicada por Evandro Teixeira, mostra sua alegria, sua contribuição para o samba brasileiro. Estamos tristes com o ocorrido e esperamos que as pessoas entendam que nosso propósito é enaltecer o ritmo que contribuiu para traçar novos caminhos para os trabalhadores”, queixou-se Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
Organizada pela UGT, a mostra foi aberta dia 1º de maio em comemoração ao Dia Internacional do Trabalho. Trinta painéis de 4×3 metros foram colocados na Paulista, altura da Rua Augusta até a Pamplona, com imagens alusivas ao centenário do samba. Além de Chico Buarque, estão representados nomes como Adoniran Barbosa, Clara Nunes, Nara Leão, Clementina de Jesus, Cartola e Elza Soares. A exposição ficará em exibição até o dia 30 de maio.