A fotografia do ano, escolhida pelo júri da 58ª edição do World Press Photo é de autoria do fotógrafo dinamarquês Mads Nissen, e retrata um momento íntimo do casal Jon e Alex, em São Petersburgo, na Rússia. O fotógrafo também venceu na categoria temas contemporâneos. É o segundo ano seguido em que a imagem ganhadora desta seleção também é escolhida para o prêmio principal.
No ano passado, o vencedor foi John Stanmeyer, com a imagem de imigrantes somalis em busca de sinal de celular na costa de Djibuti, no leste da África.
A chefe do júri nesta edição, Michele McNally, diretora de fotografia do jornal “The New York Times”, comentou ao site do World Press Photo que “a imagem vencedora precisa ter estética, impacto e potencial para se tornar icônica”. “Esta foto é esteticamente forte e tem humanidade”, completou ela.
A escolha tem a ver com uma mudança radical na premiação nos últimos dois anos. O World Press Photo deixou de priorizar imagens realizadas em zonas de conflito, como aconteceu com o sueco Paul Hansen em 2013 e o espanhol Samuel Aranda em 2012, para mostrar temas comportamentais. Com Stanmeyer, embora sua fotografia tratasse de imigração, o elemento chave do registro era o telefone celular. Mostrando apenas silhuetas e a luz do visor, o que está em foco é o gesto universal de erguer a mão para conseguir sinal.
Já na fotografia vencedora deste ano, o contexto de discriminação social e crimes de ódio na Rússia contra homossexuais certamente contribuiu para que Mads Nissen fosse o escolhido. Pamela Chen, jurada desta edição, disse que a organização estava “buscando um foto que poderia importar amanhã, e não apenas hoje”. “Isto é um tema contemporâneo, é a vida diária, tem ressonância jornalística tanto local quanto geral, mas também traz à tona a questão de uma forma muito profunda e desafiadora. É bastante universal.”
Fonte: Folha.