Tenha um estúdio e sinta-se em casa

O fotógrafo paulista Pedro Colon garante: se o cliente pisar no seu estúdio, fatalmente estará “fisgado”. Carioca de coração (registrado no Rio, só descobriu que era natural de Osasco aos 33 anos), 38 anos de idade, Pedro Colon possui um confortável espaço no Brooklin, em São Paulo, onde executa trabalhos de moda, beleza e publicidade. Para ele, possuir um estúdio próprio é garantia de que tudo será feito com conforto e absoluto controle: “Imprevistos quase nunca acontecem”.

Pedro está no mercado há dez anos. Mas seu envolvimento com a fotografia ocorreu por acaso: ao acompanhar um amigo num casting da agência L’equipe, foi convidado a fazer umas fotos com um fotógrafo do Estúdio Abril. “Na hora fiquei amigo do fotógrafo, adorei… Comecei a me interessar pelo assunto e, como meu irmão e meu pai estavam nos Estados Unidos, resolvi fazer escola de fotografia na School of Visual Arts em Nova York. Queria ter seguido investindo nos estudos, ido para a Europa na época, mas meu filho nasceu e, ao final do curso em NY, voltei para acompanhar o nascimento e crescimento dele. Estava já dando assistência para a Luciana Pampalone”, conta o fotógrafo, que durante cinco anos foi assistente de André Schiliró (“era um faz-tudo, cuidava do estúdio inteiro, das luzes, montava cenários… Todo o operacional para a realização da foto”, sublinha).

Ele montou seu estúdio em 2009. “Para o mercado é um diferencial. Estamos num bairro privilegiado, com fácil acesso. Nos sentimos todos em casa. Quando fotografamos produtos, podemos receber a mercadoria com antecedência, um bom controle das peças, não tendo avaria. Enfim, controlamos o negócio diretamente, diferente de quando o fotógrafo aluga aqui e ali: depende de disponibilidade de horário, custo de hora-extra, que acaba muitas vezes colocando uma pressão desnecessária na equipe, muitas vezes prejudicando o trabalho”, compara.

Pedro Colon posa ao lado de Ana Maria Braga: fotografar celebridades empresta glamour ao negócio (foto: Tatiane Takara)

O fotógrafo também procura centralizar todas as etapas de produção em seu local de trabalho, abrigando equipes de tratamento de imagens, de eventos e vídeo, make up e stylist. Com isso, acredita que, além de oferecer às agências a facilidade de concluir todo o trabalho em um único endereço, mantém à disposição uma equipe afinada, o que evita desacertos e problemas de ego comuns a profissionais pouco familiarizados entre si.

Segundo Pedro, conseguir espaço no mercado de publicidade é o mais complicado. Isso porque as agências costumam ser fiéis às suas equipes de trabalho. Dificilmente mudam. “Em alguns casos, o marketing da nossa equipe comercial é barrado no atendimento”, afirma. O jeito é contar um pouco com a sorte e encontrar alguma agência que tenha tido algum problema com seu fotógrafo “titular” ou que esteja interessada em diversificar: “Daí, é fazer um bom trabalho que outros trabalhos se desenrolam naturalmente”, garante.

Sua preferência, no entanto, recai sobre a moda, um segmento dinâmico, segundo a sua concepção: “A interação entre os profissionais envolvidos (make, hair e stylist) deve seguir uma direção. O fotógrafo acaba de certa forma sendo o termômetro de todos esses profissionais”, julga. Conforme explica, assim como a própria moda, a fotografia que a retrata segue tendências, porém adaptadas à linguagem local ou ao cliente. “Por exemplo, nesta estação está em alta o neon. A luz deve dar essa finalização para não haver distorção da primeira ideia. Seguimos revistas estrangeiras e fotógrafos renomados mundialmente para dar nossa brasilidade”, ressalta.

Pedro Colon, que tem em seu portfolio trabalhos envolvendo celebridades (“dão um toque de glamour ao negócio”), diz que um estúdio bem equipado para atender moda precisa ter um camarim onde dois modelos possam ser preparados simultaneamente, ser refrigerado (“a equipe não pode ficar suando para produzir”), possuir tochas, sombrinhas e geradores em perfeitas condições, muitos cartões de memória à mão e uma boa câmera com megapixels suficientes para qualquer tratamento necessário.

“O fotógrafo tem que ter equipamento atual e em bom estado. O espaço físico adequado dará segurança ao fotógrafo, porém haverá um custo fixo mensal que deve ser mensurado de acordo para não perder as rédeas do negócio”, salienta.

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