Fotografia pet: o foco nos bichos de estimação

Gatos são de pouca cerimônia. Vão entrando pela casa e se instalam onde bem entendem. Já os cães são ora barulhentos, ora tranquilos, mas mais atentos a limites. Há quem diga que tanto uns quanto outros absorvem o temperamento dos donos. O que é sabido é que faz bem ter um animalzinho de estimação, não importa o tipo. E que há uma relação de afeto sincero de parte a parte.

Em São Paulo, estima-se que metade da população tenha em casa um pet. Outros levantamentos dão conta de que o Brasil é o segundo país em número de animais domésticos – só perde para os Estados Unidos. A estimativa é de 28 milhões de cães, 12 milhões de gatos e mais 4 milhões de outros bichos.

São números assim que impulsionam o mercado de produtos para cães, gatos e afins. Rações, produtos de beleza, medicamentos – e, claro, fotografias.

Vanessa Fermino, 27 anos de idade, começou a fotografar seus bichos menos por achar que teria um filão de negócio à mão do que por simplesmente adorar fazê-lo. “Desde sempre já aborrecia meus cachorros apontando todo o tipo de câmera para eles”, confessa a paulistana, que cursou durante um tempo a faculdade de produção editorial e é proprietária do FotoPet.

A ideia de criar o estúdio surgiu em 2005. Dela e da amiga, a veterinária e jornalista Sylvia Angélico, 29 anos. Na ocasião, eram comuns pedidos dos amigos para que Vanessa fotografasse seus bichos. As duas decidiram então formalizar o serviço, montando um portfolio, um site e divulgando-o na internet.

Os primeiros clientes foram criadores de cães de raça, mas logo o perfil mudou. Entraram em cena os donos de animais de estimação: “Muita gente que procura nossos serviços acabou de adquirir um filhotinho e quer registrar o crescimento dele com a família, ou tem um cãozinho idoso e quer ter imagens bonitas dele para guardar de recordação, ou quer incluir imagens da mascote na decoração da casa, em quadros ou porta-retratos”, explica Vanessa.

Segundo ela, o mercado cresceu bastante nesses sete anos que vem atuando: “Percebo que muito mais gente hoje já considera contratar um fotógrafo profissional para fazer um álbum do bicho de estimação. A relação das pessoas com seus pets tem se estreitado cada vez mais, a oferta de produtos e serviços para pets no mercado tem aumentado muito e isso acaba ampliando a atuação do fotógrafo de pets”, constata.

Vanessa (com a assistência de Sylvia) fotografa os bichos em sessões que duram entre uma e três horas. Vai depender do comportamento do animal, e do tipo também. “Alguns cães são bastante animados, mas menos dispostos a ficar parados esperando pelo clique. Outros não se animam com nenhum estímulo, outros mostram medo da câmera… Cada animal é um desafio novo”, ela garante.

As fotos são feitas em externas, em locações escolhidas pelos clientes. Obter um resultado natural e descontraído é o objetivo. Vanessa usa uma Canon EOS 7D, boa para fotos dos cães em movimento, e uma trinca de lentes: “Como as condições de iluminação ambiente variam muito de acordo com as locações escolhidas pelo cliente uso muito a 50mm f/1.4. Para algumas circunstâncias, tenho à mão também uma 24-105mm e uma 70-300mm”. Completa seu kit de trabalho coleiras, guias, saquinhos para recolher sujeira, petiscos e brinquedos – “são essenciais para todas as sessões”.

Para quem anda interessado nesse filão, mas não está acostumado a ter animais como modelos, Vanessa receita paciência. “Já que os animais não sabem posar, depende exclusivamente da habilidade do fotógrafo conseguir extrair deles o que se deseja registrar, e em poucos minutos, porque eles se cansam mais rápido do que modelos humanos. Muito importante também é ter algum conhecimento sobre comportamento animal, porque ajuda muito na hora da sessão a conseguir controlar cães de comportamento mais difícil”, aconselha a fotógrafa de pets.