Ensaio testa mito da beleza simétrica

Talvez você nem perceba, mas é provável que os lados direito e esquerdo do seu corpo sejam bastante diferentes entre si. Isso é verdade inclusive para seu rosto, o qual costuma ser assimétrico. Sendo assim, você foge ao que a ciência convencionou catalogar como belo. Segundo ela, a beleza reside na noção de simetria.

Porém, Julian Wolkenstein tem uma boa notícia para você: tudo indica que a ciência se equivocou nessa. Esse fotógrafo australiano resolveu pôr à prova a premissa científica e criou uma série de retratos nos quais o rosto de modelos dos mais diversos tipos foram “cortados ao meio” e espelhados, gerando duas imagens. O resultado são dois rostos bastante diferentes entre si – e não necessariamente melhores do que o original.

Wolkenstein é um fotógrafo de publicidade com gosto por imagens surreais. Segundo afirma em seu site, a série Echoism, concluída em 2010, é parte de um estudo mais amplo sobre as características, proporções e a simetria facial. “Echoism”, segundo explica, é um termo que denota esses aspectos, do ponto de vista fisionômico.

Seus modelos foram fotografados de frente para a câmera e na mesma posição, e foram orientados a manter uma expressão neutra. “Queria fazer uma série de retratos de pessoas com rostos que seriam usados como ingredientes para várias ideias que eu queria testar abstraindo rostos, mudando, misturando e recombinando feições faciais”, o fotógrafo explicou à BBC Brasil a gênese do projeto.

A partir dos resultados que obteve, Julian decidiu ampliar seu escopo, criando um aplicativo para smartphones e um programa de computador para permitir que os usuários fizessem por sua conta retratos espelhados. A ideia fez sucesso, e o site do projeto foi inundado por mais de 50 mil autorretratos do público, até aqui. “Há tantas [imagens] que precisei arquivar parte delas para garantir que o site continuasse a funcionar”, disse o autor da ideia.

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