Sem-teto são “gente como a gente” em ensaio

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Entre os tantos clichês que há na fotografia, podemos incluir as fotos de moradores de rua. Em geral, fotos e ensaios mostram essas pessoas exatamente como as vemos em seu dia a dia: presas a um contexto de miséria e ausência de perspectiva que causa pena ou repulsa em quem as vê – nem sempre contribuindo de algum modo para dignificá-las ou melhorar seu estatuto. Mas uma fotógrafa londrina resolveu escavar essa superfície e dar uma contribuição um tanto mais significativa ao tema.

Rosie Holtom conhece bem a realidade de quem vive nas ruas ao norte de Londres. Durante quatro anos, ela foi voluntária de um abrigo noturno e, nesse período, resolveu desafiar o modo como são retratados os frequentadores do local. Primeiro porque, em sua opinião, há uma profunda diferença entre as pessoas que ela conheceu nesse período e o contexto de miséria no qual a fotografia normalmente insere os sem-teto.

“As pessoas acham que todos os sem-teto são bêbados ou viciados, mas a realidade é muito diferente”, afirmou Rosie ao jornal The Observer. Para ela, ficar sem teto é algo que pode acontecer a qualquer um. Assim, levou alguns dos albergados a um estúdio e os fotografou “exatamente como eles queriam ser vistos”. O resultado é uma série de retratos de pessoas comuns que, uma vez deixadas de lado concepções prévias de miséria e abandono, em nada diferem das demais.

“Já é hora de imagens mais positivas mobilizarem as pessoas a ajudar”, sublinha Rose. Abaixo, algumas imagens do seu trabalho:

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