Ensaio de gestantes, sensual e sutil

Está aí uma coisa que você não pensaria ouvir da boca de uma profissional do ramo: fotografar gestantes é um pouco monótono. Sim, quem disse isso foi Mari Righez, fotógrafa catarinense que é procurada por mães de vários estados da Federação em busca de belas fotos de gravidez e que, no final do mês, vai a Salvador (BA) dar aulas exatamente disto – ensaios de gestantes.

“Fotografar gestantes é fotografar barriga, concorda?”, justifica a fotógrafa natural de Lages, com estúdio em Itapema, cidade do litoral norte-catarinense, 29 anos de idade, para em seguida despejar sua lógica infalível: “É por isso mesmo que tive que criar algo diferente!”

Bom, está explicado. E que diferente é esse de que fala a Mari? Uns toques de moda, eis tudo. “Queria muito ser fotógrafa de moda, sou apaixonada por esse ramo, mas, como não é muito o meu estilo de vida, percebi que podia construir esse conceito unindo as duas coisas que mais amo: moda e gestantes”, conta a especialista, que também fotografa uns pimpolhos ainda em seus primeiros dias.

Mari está feliz com sua escolha, e as futuras mães também. “Tem sido super aceito, porque, afinal, qual é a mamãe que não quer sair sexy e linda nas fotos, mesmo estando grávida? Elas me procuram exatamente por isso, elas dizem que minhas fotos são diferentes de tudo o que já viram, um sensual delicado e sutil. Recebo mamães de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul que vêm exclusivamente para os ensaios”, afirma.

Apesar disso, Mari diz que fotografar gestantes é um pouco “impertinente”. Antes que alguém estranhe o comentário, ela esclarece: “Se pesquisar o que significa impertinente, diz assim: ‘Diz-se da pessoa que implica com tudo’. Sim, elas implicam com todas as mudanças do corpo. Não se acham grávidas e sim gordas, e todas dizem a mesma coisa: ‘Dá para tirar a celulite, o culote, a gordurinha na lateral?’”

Não que Mari esteja reclamando, pelo contrário. Mas é preciso ter em conta que a futura mãe experimenta um turbilhão de emoções. Pelo bem da “impertinência”, Mari prefere fotografar em estúdio, “porque as grávidas cansam mais e tudo fica mais difícil, como trocar roupas etc.” Uma escolha ditada pelo conforto e praticidade, e um dos mimos com que a fotógrafa brinda suas clientes: “A maioria comenta que nunca se sentiram tão lindas e paparicadas como no dia do ensaio. Algumas chegam a dizer que não estavam tão lindas assim, nem mesmo no dia do próprio casamento!”

Diante dessa mágica, só resta aos fotógrafos da Bahia esperar ansiosos pela palestra que Mari Righez fará no final do mês no Senac Casa do Comércio em Salvador, dentro da programação do PhotoShow, congresso itinerante de fotografia da editora iPhoto. Entusiasmada com a oportunidade, a lageana já tem na cabeça o que falar aos colegas do Nordeste: “Primeiramente é preciso gostar de tudo que envolve o mundo das gestantes e compreender que é uma fase de indecisões e expectativas e que, por isso, precisamos estar sempre dispostos a acolhê-las com entusiasmo e carinho! É um desafio gigante agradá-las, principalmente quando estão de nove meses, mas dia 29 de julho ensinarei o que aprendi nesses sete anos de convivência com gestantes”. Então, até lá, pessoal.