Ensaio de casais: movimento é tudo!

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Sempre acreditei mais na história dos casais que na estética da luz artificial! Admiro-me da luz artificial em alguns ensaios, mas a história é vida. Em algum momento de nossa trajetória profissional temos de optar por acreditar em algo, e assim o fiz!

Fotografia é movimento, informação, é sensação de tempo, é resgate de memórias. Podemos criar imagens tendo como referência a história do casal, resgatar a forma como se conheceram, ou fatos que lhes são especiais; isso nos faz agregar valor às imagens que fazemos. Transformar os casais em grafemas de linguagem é bonito, mas pode-se dizer que é só isso, bonito.

Ana Raquel e José sentaram-se lado a lado no cinema, conheceram-se e casaram

A questão primordial de levantar este assunto é notar que as fotografias de eventos não estão evoluindo como poderiam, pois existe uma cópia cega e exaustiva de ideias uns dos outros. O resultado disso é uma multidão caminhando na mesma direção e, quando todos seguem a mesma direção, nenhum novo caminho é traçado. Dá-se então uma estagnação!

Creio e proponho que os eventos de instrução que se propagam pelo país deveriam retornar a uma reflexão promovida pelos expoentes populares de nosso mercado, e que juntos capitaneiem novas direções.

Em muitos eventos internacionais que focam os fotógrafos, não existe margem nem menção aos artistas de eventos, estamos sempre situados num segundo plano (se é que entramos em algum plano) no rol dos produtores de artes do mundo e, hoje, o valor dado à nossa classe é um valor autoatribuído.

Heloisa e Suenon, nos campos da família no noivo: os agrônomos se sentem em casa

Para o casal Joana e Getúlio, este é seu refúgio pessoal, e seus finais de semana são na pousada Sete Cascatas, da mãe da noiva. Imagine ter sete dessas cascatas atrás de casa!

Em uma festa de faculdade da noiva, em que apenas o casal e mais algumas pessoas estiveram, Patrícia e Marco se conheceram

Nada surge de novo, pois as réplicas são o novo! As imagens de eventos me lembram a cena do filme Harry Potter com as taças se multiplicando… Não sabemos mais a origem de uma foto, pois ela é uma criação fugaz tanto quanto as reproduções intermináveis que surgem ao redor do mundo. E elas só surgem pela facilidade que existe de serem copiadas! E só o que não é possível copiar é a história. Nos próximos artigos retomaremos o assunto. Até a próxima.

 

RICARDO BAMPI é natural de Porto Alegre (RS), mas atualmente reside em Lages (SC), onde atua como fotógrafo de books, casamentos e eventos em estilo fotojornalístico e também fotografias de moda. Procura estar presente nos momentos importantes que constroem a história social de sua cidade, pois acredita que somente com uma cidadania atuante se pode fazer alguma diferença no futuro.

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