Sempre acreditei mais na história dos casais que na estética da luz artificial! Admiro-me da luz artificial em alguns ensaios, mas a história é vida. Em algum momento de nossa trajetória profissional temos de optar por acreditar em algo, e assim o fiz!
Fotografia é movimento, informação, é sensação de tempo, é resgate de memórias. Podemos criar imagens tendo como referência a história do casal, resgatar a forma como se conheceram, ou fatos que lhes são especiais; isso nos faz agregar valor às imagens que fazemos. Transformar os casais em grafemas de linguagem é bonito, mas pode-se dizer que é só isso, bonito.
A questão primordial de levantar este assunto é notar que as fotografias de eventos não estão evoluindo como poderiam, pois existe uma cópia cega e exaustiva de ideias uns dos outros. O resultado disso é uma multidão caminhando na mesma direção e, quando todos seguem a mesma direção, nenhum novo caminho é traçado. Dá-se então uma estagnação!
Creio e proponho que os eventos de instrução que se propagam pelo país deveriam retornar a uma reflexão promovida pelos expoentes populares de nosso mercado, e que juntos capitaneiem novas direções.
Em muitos eventos internacionais que focam os fotógrafos, não existe margem nem menção aos artistas de eventos, estamos sempre situados num segundo plano (se é que entramos em algum plano) no rol dos produtores de artes do mundo e, hoje, o valor dado à nossa classe é um valor autoatribuído.
Nada surge de novo, pois as réplicas são o novo! As imagens de eventos me lembram a cena do filme Harry Potter com as taças se multiplicando… Não sabemos mais a origem de uma foto, pois ela é uma criação fugaz tanto quanto as reproduções intermináveis que surgem ao redor do mundo. E elas só surgem pela facilidade que existe de serem copiadas! E só o que não é possível copiar é a história. Nos próximos artigos retomaremos o assunto. Até a próxima.
RICARDO BAMPI é natural de Porto Alegre (RS), mas atualmente reside em Lages (SC), onde atua como fotógrafo de books, casamentos e eventos em estilo fotojornalístico e também fotografias de moda. Procura estar presente nos momentos importantes que constroem a história social de sua cidade, pois acredita que somente com uma cidadania atuante se pode fazer alguma diferença no futuro.
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