Araquém Alcântara, o conhecido retratista da vida selvagem, é natural de Florianópolis (SC), mas foi criado em Santos, no litoral paulista. E é a cidade onde viveu dos seis aos 35 anos que o “Colecionador de Mundos”, 62, celebra em seu mais novo livro.
Santos é o 45° título da carreira do fotógrafo, que nos últimos anos tem seguido uma tradição pessoal de lançar um (ou mais de um) novo livro todo final de ano. Para 2014, inclusive, ele já tem dois projetos engatilhados: Jaguaretê, sobre a onça-pintada, animal que é quase um signo em sua biografia, e Veredas, sobre o cerrado e a savana brasileiros. Além disso, no primeiro semestre do próximo ano chega aos cinemas do país Amazônia Planeta Verde, filme em 3D do diretor francês Thierry Ragobert, que tem Araquém como fotógrafo e consultor.
Editado pela Terra Brasil, do próprio fotógrafo, Santos reúne 80 fotografias em preto e branco e representa mais uma homenagem do fotógrafo à sua cidade adotiva. “Santos é minha matriz criativa e o livro é uma homenagem à terra em que vivi, um roteiro poético e crítico do que é viver nessa cidade”, anuncia Araquém, que já tem um título sobre o tema, publicado em 1992 pela Empresa das Artes.
“Para mim, a fotografia é uma linguagem tão poderosa que, à medida que eu amadureço como ser humano, as imagens amadurecem também. Este livro acompanha minha trajetória, tem fotos das últimas quatro décadas. Parti de mil fotografias para chegar às 80 finais. Esta é uma edição nova, completamente diferente, muito mais sólida que a anterior”, explica o fotógrafo.
Premiado com o Jabuti por Amazônia (2005) e autor de um best-seller, Terra Brasil (1998), Araquém vem optando pelo preto e branco em seus últimos trabalhos. O mesmo ocorre com Santos, e a razão, segundo ele, corresponde a uma opção pela simplicidade. “Preto e branco é verdadeiro, nu, cru, não esconde nada e é nobre. Meus últimos três livros são em preto e branco e acho que mais virão por aí”, prevê.
