Direção de modelos de quatro patas

Jaiel Prado encontrou um segmento bom de explorar dentro de sua própria casa. Apaixonado por animais, ele e a esposa Simone Silvério, também fotógrafa, faziam ensaios com seus cães de brincadeira. As imagens foram ficando interessantes, até que, faz uns seis meses, eles fotografaram seu filhote de Shi-tzu como num desses ensaios de newborns. Publicaram as imagens em sua fanpage e a coisa “bombou”.

Jaiel: fotografar os próprios animais é difícil (foto: Studio Trend)

“Fazemos muitos ensaios de família e muitos de nossos clientes têm pets, alguns inclusive tratam o animal como membro da família e queriam ter fotos legais deles também. Assim, começamos a estudar e nos aprofundar no tema para oferecermos um trabalho em que os animais fossem a ‘estrela’ do ensaio. Está dando certo!”, comemora Jaiel, que tem 47 anos e fotografa profissionalmente desde 2010.

Segundo o paulista, o mercado de fotografia pet está crescendo. A clientela é variada. O traço comum é o amor pelos bichos: “E aí temos famílias com crianças, casais sem filhos (gays ou não), casais mais velhos cujos filhos já saíram de casa, pessoas sozinhas etc. É gente que adora fotografia e já percebeu que é bem complicado fazer boas fotos ‘domésticas’ dos seus animaizinhos. É um mercado potencialmente grande no Brasil”.

O fotógrafo, que tem um estúdio em parceria com Simone, explica que os ensaios são feitos na casa dos clientes. No estúdio são feitas fotos de bebês, então o casal achou melhor não misturar as especialidades. Em 80% dos casos, os modelos são cães – gatos seguem bem atrás. O uso mais comum das imagens é como proteção de tela de computador, álbuns ou fotos para porta-retratos. Grandes ampliações são raras, ele diz.

Para Jaiel, conhecer o comportamento dos bichos, antecipar seus movimentos, ser rápido no gatilho e, principalmente, paciente são predicados do bom fotógrafo de pets. “Fazer fotos do próprio animal é difícil, pois eles ficam relaxados demais ou pouco interessados na câmera”, ressalta.

Abaixo, veja algumas dicas do especialista para conduzir uma boa sessão com pets:

– É legal criar uma zona de restrição ao animal (por exemplo, uma poltrona ou sofá, um cômodo da casa ou mesmo um canto no quintal demarcado com uma barreira física qualquer), montar a cenografia e só trazê-lo ao set na hora da foto. Ele precisa estar curioso. Temperatura baixa ajuda a não fazê-lo ficar com a língua de fora rápido. Alimentá-lo apenas após a sessão ajuda a mantê-lo atento.

– Além do fotógrafo, a equipe precisa de pelo menos um assistente (e, dependendo do caso, o dono também deverá participar) e, em alguns casos especiais, recomendamos um “handler” ou adestrador. Procuramos não socializar com os bichos até acabar o ensaio, pois assim eles permanecem curiosos e atentos conosco (e reagem melhor à nossa “direção”).

– Um arsenal de brinquedinhos e alguns petiscos são absolutamente necessários para se obter as poses desejadas e recompensá-los por se comportarem adequadamente.

– Regra geral: quando o cão se acostuma com a equipe, a sessão acaba, ele já não vai nos dar atenção e aí adeus poses. E olhe que isso acontece muito rápido. Com gatos a coisa é bem mais simples, eles não obedecem de modo algum! A gente usa uns brinquedinhos, cat-nip (erva do gato) e vai fotografando…

 

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