Dicas para iniciantes na Fotografia: a importância da iluminação

Já entendemos e refletimos um pouco acerca do funcionamento dos Planos e da Abertura do Diafragma para comunicar o que desejamos em nossos trabalhos fotográficos, podemos portanto dar seguimento e refletir acerca do próximo item: iluminação.

Antes que você espere que eu fale sobre esquemas de luz, ou potência do flash, ou leds de iluminação e gelatinas pare respire e se acalme: existem diversos reviews sobre equipamentos que você pode utilizar para montar seu estúdio gastando muito ou não; existem diversos tutoriais e vídeos ensinando sobre como usar esquemas de luz para determinadas finalidades. Hoje não vamos abordar o aspecto técnico, o objetivo dessa série é que você consiga se desprender um pouco dos conceitos teóricos e comece a desenvolver sua sensibilidade (o que muitos no campo artístico chamam de feeling), e possa desenvolver seu trabalho em cima dessas reflexões.

Iluminação é, sem dúvida nenhuma, um dos assuntos temidos e queridos por todos os fotógrafos. Desenvolver uma assinatura singular por meio do conhecimento sobre como iluminar bem tem sido um desafio para muitos artistas, especialmente porque aliado a isso é indispensável que você consiga comunicar seus objetivos e que deixe o seu cliente satisfeito com os resultados. Como de costume, sempre digo que tudo depende da sensação que você deseja passar, o que você pretende transmitir é essencial.

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Com certeza você já deve ter visto as pinturas do Leonardo Da Vinci e observado a forma como ele iluminava seus modelos.

Em Monalisa, conseguimos identificar uma sombra extremamente suave, técnica da pintura que se chama sfumato, ou seja, esfumaçado, o que para nós fotógrafos significa suavizado, difuso. Se Da Vinci fosse um fotógrafo contemporâneo, com certeza ele se utilizaria de sombrinhas, rebatedores e softboxes para suavizar a iluminação em seus retratos femininos e transmitir a sensação de delicadeza que percebemos em Monalisa não só na luz, mas também no olhar, no sorriso e na posição das mãos. A perda de detalhes nas sombras da parte inferior do quadro nos faz querer voltar o olhar sempre para as mãos e rosto da modelo.

Todavia nem toda luz suave significa necessariamente delicadeza ou suavidade, mais uma vez, vale lembrar dos recursos que você fotógrafo se utiliza para passar a mensagem desejável.

Veja:

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Com certeza você também deve conhecer o famoso pintor do período Barroco, o Caravaggio; ele ficou conhecido pelo seu extremo realismo e naturalismo nas pinturas sob encomenda para as igrejas da época. Mas há também outra característica extremamente peculiar nas suas imagens: a forma como ele ilumina seus assuntos, que logo o fez ficar conhecido como um pintor tenebrista.

Assim como Da Vinci, Caravaggio se utilizava do sfumato nas suas pinturas para suavizar as bordas das suas sombras somente em locais desejados, técnica assinada pelo Leonardo mas modificada e repaginada pelo Caravaggio para constituir uma lembrança e assinatura única dentro das escolas de pintura, e claro, comunicar suas mensagens sempre ligadas ao contexto dualístico em que vivia o homem barroco.

Aliado a uma luz minimamente suave, sua marca foi sem dúvida cores quentes e sombras duras. Como misturar sobras duras e sombras difusas? Simples! Se Caravaggio fosse um fotógrafo contemporâneo, com certeza seus esquemas de luz seriam improvisados e contariam com a ajuda de vários assistentes, lanternas, abajures, gelatinas e snoots, assim ele conseguiria controlar cada ponto de luz nos modelos e cada tipo de sombra, exatamente como em suas pinturas.

Espero que hoje você tenha aprendido muito sobre iluminação fotográfica aliada a sensações, se inspirando com os grandes mestres da pintura.

Até a próxima e bons estudos!

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