10 mitos sobre fotografia digital desvendados

A fotografia digital se tornou popular ao mesmo tempo que o acesso e uso da Internet explodiu em crescimento. Com as novas tecnologias, vieram também novos conhecimentos. Porém, más interpretações e mal-entendidos criaram mitos e erros que persistem sobre a fotografia digital. Confira a lista dos 10 mitos da fotografia que precisam ser corrigidos.

1 – Quanto mais megapixels, melhor

Essa é tão clássica que muitas marcas baseiam seu marketing em quanto mais megapixels tem seus produtos (câmeras compactas, smartphones, etc). Embora possa haver benefícios associados a maior quantidade de megapixels, mais megapixels não necessariamente equivale a melhor fotos. Por exemplo, o Mars Rover (sonda da Nasa em Marte) tem uma câmera principal com apenas 2 megapixels e faz ótimas imagens. Megapixels não significam a qualidade da imagem; na verdade, eles são o tamanho da foto. A qualidade da imagem está no sensor que capta o clique! Alguns dos melhores sensores nos últimos têm bem menos de 20 megapixels.

 

Balanço de branco automático pode produzir mudanças de cores estranhas. Se você está fotografando de perto como nesta imagem, é melhor escolher o balanço de brancos manual.
Balanço de branco automático pode produzir mudanças de cores estranhas. Se você está fotografando de perto como nesta imagem, é melhor escolher o balanço de brancos manual.

2 – Balanço de branco automático é ótimo para a cor

Embora você pode facilmente mudar o balanço de branco em qualquer programa que processa arquivos RAW, o desafio é que você precisa de alguma referência para garantir o processamento apropriado. O balanço de branco automático, em primeiro lugar, é inconsistente. Se você fotografar uma paisagem com flores com uma lente grande angular e, em seguida, usar uma teleobjetiva apenas nas flores, vai descobrir que as flores mudaram de cor. Em segundo lugar, balanço de branco automático tem uma tendência para adicionar um leve tom azulado para cenas, especialmente sob condições de nebulosidade e sombra.

3 – O que a câmera captura é “real”

A câmera vê o mundo de forma muito diferente de nós. Nossos olhos têm capacidades muito maiores que qualquer sensor no mercado hoje. Cada sensor é limitado na sua capacidade para capturar a gama dinâmica, cores e gradações de tom, em comparação com o que vemos. Além disso, cada fabricante sintoniza sensor de uma câmera de uma maneira.

Câmeras não necessariamente veem o mundo como nossos olhos. Aqui, utilizando distância focal e abertura, cria-se uma aparência de que nossos olhos não vêem.
Câmeras não necessariamente veem o mundo como nossos olhos. Aqui, utilizando distância focal e abertura, cria-se uma aparência de que nossos olhos não vêem.

4 – RAW não é processado

Este é um daqueles mitos que persiste para sempre. Para realizar um processamento de sinal de imagem, todas as câmeras precisam converter a imagem analógica em sinal digital. Este processamento afeta o ruido, tonalidade e cor de uma imagem. É por isso que você pode ter o mesmo sensor em câmeras de fabricantes diferentes e obter os arquivos RAW diferentes.

5 – Nitidez é principalmente sobre a lente e câmera

A nitidez é afetada por coisas como o movimento da câmera e a escolha de ƒ-stop. A melhor lente do mundo não vai necessariamente fazer você obter imagens mais nítidas, a menos que você também está prestando atenção ao seu ofício como fotógrafo. Ter ou não nitidez é, na maioria das vezes, responsabilidade do movimento da câmera durante a exposição.

6 – Ruído é ruim

Como as câmeras hoje estão fazendo um trabalho tão bom no controle de ruído em fotos digitais, existe uma idéia um tanto arbitrária que qualquer ruído em uma foto é uma coisa ruim. Editores de imagem muitas vezes adicionam um pouco de ruído em fotos, para que os espectadores tenham algo para se concentrar, tornando o objetivo principal da foto mais nítido. Além disso, o ruído pode adicionar um aspecto arenoso a uma foto, conferindo um conteúdo emocional que não pode ser tido em qualquer outra forma.

Um pouco de ruído na foto pode ajudar a trazer a atenção do espectador para o assunto principal.
Um pouco de ruído na foto pode ajudar a trazer a atenção do espectador para o assunto principal.

7 – Contraste é ruim

Com a popularidade da fotografia em HDR (High Dynamic Range), surgiu a idéia bastante arbitrária de que contraste não é bom. Considere isto: fotografia sempre foi sobre o contraste. Contraste na tonalidade, contraste de cor, contraste na textura. Todos esses elementos ajudam a definir e estruturar uma composição. Sem contraste, uma fotografia pode parecer plana e sem brilho.

8 – Você sempre pode cortar uma foto para melhorar a imagem

Tecnicamente, este não é um mito digital. Fotógrafos costumavam fazer isso com o filme, também. Com câmeras de muitos megapixel, no entanto, criou-se quase que uma cultura de que o corte é uma maneira de criar imagens. Não há nada necessariamente errado com o corte, e às vezes isso é a melhor coisa a fazer com uma fotografia. No entanto, se o corte é sempre usado como uma forma de melhorar a imagem, que significa que você não está fazendo a melhor foto.

9 – Deve-se ter uma exposição insuficiente para destaques quando fotografar em RAW

Este é outro mito persistente que começou no início da fotografia digital. Imagens sempre devem ser expostas com a maior precisão possível, o que significa que as zonas brilhantes devem estar brilhantes na exposição. Quando uma imagem é subexposta, você está empurrando tonalidades e cores de meio-tom em partes mais escuras da exposição, que é o pior lugar para que isso seja registrado pelo sensor de imagem. Mesmo se você processe a imagem para iluminar, você nunca está trabalhando com as tonalidades e cores de melhor qualidade.

Subexpor a imagem quando se fotografa em RAW pode causar problemas. Se esta imagem tivesse sido subexposta, a maior parte da textura e detalhes nesta cena escura teria sido perdida.
Subexpor a imagem quando se fotografa em RAW pode causar problemas. Se esta imagem tivesse sido subexposta, a maior parte da textura e detalhes nesta cena escura teria sido perdida.

10 – Cortar é o mesmo que se aproximar

Cortar, nesse sentido, significa o corte de uma imagem no processamento e também conte com zoom in e out. Quando você configurar sua câmera em um local e dá zoom, você está essencialmente recortando a cena. Mover-se para mais perto ou mais longe de seu assunto muda as coisas que não podem ser alteradas por corte ou zoom. Quando você se move, muda relações de primeiro plano ao fundo, altera perspectiva e afeta a aparência do espaço dentro de sua fotografia.

Chegar perto do motivo em primeiro plano com uma lente grande angular cria um visual diferente do que simplesmente cortar. Muitos novos fotógrafos têm a crença equivocada de que eles podem simplesmente cortar a imagem para criar este olhar.
Chegar perto do motivo em primeiro plano com uma lente grande angular cria um visual diferente do que simplesmente cortar. Muitos novos fotógrafos têm a crença equivocada de que eles podem simplesmente cortar a imagem para criar este olhar.

FONTE: OUTDOOR PHOTOGRAPHER

paparazzo

Artigos relacionados

3 Comentários

  1. Artigo corajoso e técnico, que procura descomplicar conceitos, lançando um pouco de bom senso sobre certos assuntos que são considerados leis dentro da fotografia e são seguidos à exaustão. Parabéns
    José Américo

  2. A questão dos pixels (quanto mais, melhor) está ligada ao marketing: compre câmera “X”, que tem um zilhão de pixels e faça fotos maravilhosas! e a turma embarca nessa… Os demais enfoques são válidos e sobre eles cabe uma reflexão, já que normalmente são esquecidos. A objetiva,por exemplo, por mais sofisticada que seja jamais verá como o olho humano e cabe ao fotógrafo compensar essa diferença dentro do possível, muito embora em certas tomadas o ser diferente é que faz o sucesso da foto. O RAW ainda é um mistério para muitos… E a nitidez é tudo em fotografia. Já o ruido pode ser um aliada mas, o contraste é a alma da foto: uma foto sem contraste não tem “o ponto de chamamento”, que é aquele detalhe que prende a atenção de quem a vê. O corte não deixa de ser uma jogada, já na fotografia analógica cortava-se uma foto para, destacando um detalhe, criar uma “nova foto”Por que não fazer isso hoje ?Ruca, um abraço…

    1. Isso mesmo, José Américo, essa questão de pixels é puro marketing, e o pior é que se torna uma desinformação geral. Essa e as outras questões geram mesmo bastante discussão, por isso achamos legal falar sobre. Obrigada pelo comentário!