Diagramação de álbuns: por onde começar?

Foto: Marcelo Caetano

Em primeiro lugar, é preciso ter a seleção de fotos definida, que pode ser feita pelos clientes ou pelo fotógrafo, isso depende do estilo de trabalho de cada profissional e o acordo ou contrato que foi feito com os noivos. É muito importante ter um contrato com a quantidade de fotos que entrará no álbum e se o valor cobrado será por foto ou por página diagramada independente do número de foto.

O meu conselho é que seja cobrado por foto, assim não se corre o risco do cliente querer encher o álbum com fotos e torná-lo poluído. Outra dica é incluir no contrato o Pendrive/DVD com todas as imagens em alta resolução para o cliente, assim ele não terá a necessidade de escolher fotos de muitos familiares, o que torna o álbum mais artístico.

Na maioria das vezes, quem faz a escolha das fotos são os noivos. É interessante separar e indicar para eles quais são as fotos que você gostaria que escolhessem, pelo menos as principais, pois essas fotos irão imprimir o seu estilo fotográfico e ajudarão a fechar outros contratos com futuras noivas e amigas das noivas que possam ver esse álbum.

Outro ponto que deve ficar definido no contrato é o tamanho e o tipo de álbum. O número de páginas pode ser fechado como uma estimativa, podendo variar um pouco para mais ou para menos, evitando limitar o diagramador e engessar a diagramação. Para facilitar e ter uma ideia de quantas imagens caberiam em um bom álbum, sugiro fazer uma média com três fotografias por lâmina (lâmina = página dupla, no meio da lâmina pode ter um corte ou uma dobra separando as duas páginas, isso vai depender do modelo do álbum e fornecedor).

Foto: Marcelo Caetano

Quanto mais lâminas houver no álbum, mais espaços haverá para diagramar e, consequentemente, o resultado será mais clean. O lado negativo é que quanto mais lâminas, mais pesado ficará o álbum e, dependendo do tamanho do álbum, pode ser difícil para a cliente carregar e mostrar para as pessoas.

Sabendo qual álbum será diagramado, é possível obter um gabarito de medidas com o fornecedor. As medidas podem variar de fornecedor para fornecedor, mas se o fotógrafo criar o hábito de enviar sempre para o mesmo local, ficará mais fácil ter os gabaritos prontos, o que servirá de base para a criação. É importante lembrar que, caso a capa seja fotográfica, personalizada, terá uma medida diferente da parte interna do álbum.

Depois de definidos os formatos, fornecedores e quantidade de imagens que entrarão no álbum, a diagramação está quase pronta para ser iniciada. Antes disso, é necessário tratar as imagens.

O primeiro passo do tratamento é feito em lote pelo Adobe Lightroom para equalizar os balanços de branco, ajustar cores, brilho e contraste, aplicar filtros (presets), ajustar data e hora da captura e fazer pequenas correções. Depois que todas as imagens estão ajustadas, é hora de efetivamente tratá-las. Para isso, o programa mais indicado é o Photoshop. Nessa segunda etapa, é possível fazer ajustes mais finos e correções mais precisas. O mais comum é ter que eliminar alguns itens indesejados que ocasionalmente aparecem nas fotografias, como fios, extintores, tomadas, entre outras coisas que possam atrapalhar a estética das imagens. É nesse processo também em que trato a pele das pessoas, mas isso deve ser feito com muito cuidado, para não exagerar nas correções e transformá-las em algo que não seja real.

Foto: Marcelo Caetano

Com esses processos finalizados, a diagramação do álbum pode começar. Para isso, existem dois programas mais indicados: o Photoshop e o InDesign. O mais apropriado para essa etapa é o InDesign, pois deixa os arquivos mais leves e permite maior rapidez no trabalho. Mas a escolha depende da preferência de cada um. Particularmente, prefiro o Photoshop, mesmo sabendo que terei arquivos mais pesados durante a montagem.

Depois de diagramar o álbum, é preciso enviar para o cliente aprovar. Algumas pessoas fazem isso presencialmente com todo cliente; eu faço pela internet, por ser mais rápido, prático e facilitar o contato com clientes que estão longe. Algumas noivas pedem alterações, outras aprovam logo após o envio. Quando forem solicitadas alterações, deve-se avaliar o que foi questionado e contra-argumentar se necessário, pois existem casos em que, após entender a visão do profissional, a noiva compreende as razões daquela criação do modo como foi apresentada. Por isso, é importante que quem diagrama álbuns tenha todo o embasamento técnico de design para saber defender o que foi criado.

Tem vezes em que, apesar das argumentações, não há saída e as alterações devem ser realizadas junto às demais solicitações da cliente. Fica a cargo de cada profissional estabelecer em contrato que tipos de mudanças as noivas podem realizar na diagramação do álbum. É de bom senso oferecer pelo menos uma alteração sem custo adicional. Eu solicito aos meus clientes que realizem todas as observações de uma só vez. As mudanças são feitas e apresentadas novamente; caso precise de mais algum ajuste antes de enviar para a produção do álbum, não vejo problemas. É aconselhável não permitir que a noiva mande alterações por partes ou as solicite para realizar testes. Para evitar isso é importante comunicar que as próximas alterações terão custo adicional.

Quando aprovada, a arte do álbum é encaminhada para a produção, que leva, em média, 45 dias. O prazo deve ser passado para o cliente com folga para que não crie uma expectativa em receber o álbum e ficar decepcionado porque seu fornecedor atrasou. Isso evita que o cliente fique chateado e cause transtornos a você. É mais interessante passar um prazo maior que o esperado para o cliente e poder surpreendê-lo com o álbum pronto. Com certeza, ele ficará muito satisfeito e sairá falando bem dos serviços prestados.

Foto: Marcelo Caetano

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