20 momentos marcantes da história da fotografia

Para todos os fotógrafos, profissionais ou não, amantes e entusiastas, o Dia Mundial da Fotografia é uma data que não deve deixar de ser lembrada. Ela marca o dia em que a Academia de Artes francesa estabeleceu como o da criação da fotografia, no ano de 1939, quando foi oficialmente apresentada a invenção de Louis Daguerre, embora experimentos muito anteriores a isso tenham dado início ao conhecimento da escrita com a luz. O daguerreótipo, entretanto, foi o primeiro aparelho de captura fotográfica a ser popularizado. Um ancestral direto, portanto, de nossas modernas câmeras.

Para celebrar o Dia Mundial da Fotografia, hoje preparamos várias postagens sobre a história da fotografia que serão publicadas ao longo do dia. E para começar, fizemos uma linha do tempo com alguns momentos importantes dessa incrível aventura:

1826 A técnica de desenhar com a luz teve o seu primeiro registro oficial em 1826, por Joseph Nicéphore Niépce, com a imagem chamada Ponto de Vista desde a Janela de Gras. O processo, que ele chamava de “heliografia”, era feito com uma placa de estanho derivado de um petróleo fotossensível, podendo ficar cerca de 8 horas sob exposição solar. O processo tinha baixa velocidade de captação e pouca qualidade de imagem.

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“Ponto de Vista desde a Janela de Gras”, considerada a primeira fotografia registrada

1833 Hércules Florence, francês radicado no Brasil, inventa um processo de gravação através da luz batizado de photographie (fotografia). Ele é responsável por diversas outras invenções, entre elas a polygraphie (poligrafia), um sistema de impressão simultânea de todas as cores primárias.

1835 O pintor francês Louis Jacques Mandé Daguerre, cria o processo Daguerreótipo, utilizando placas de cobre cobertas com sais de prata para captar imagens. A câmera produz imagens com 30 minutos de exposição, possibilitando a produção de  fotografias em menor tempo.

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Daguerreótipo

1839 Foi nessa data que o físico britânico William Henry Fox Talbot criou um processo chamado “talbótipo”, realizado a partir de uma base de papel emulsionada com sais de prata que registra uma imagem em negativo. A partir dele é possível produzir cópias positivas. Mais barato do que o daguerreótipo, torna a fotografia mais acessível e mais presente na vida das pessoas. Cerca de cinco anos depois, Talbot publica o primeiro livro ilustrado com fotografias, chamado de The Pencil of Nature.

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Fotografa de Talbot, feita através do processo talbótipo

1840 O primeiro daguerreótipo chega ao Brasil, no Rio de Janeiro, trazido pelo abade Louis Compte. Segundo o jornal carioca Diário do Comércio de 16/01/1840, a primeira imagem do Largo do Paço foi registrada em menos de 9 minutos. Assim, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a ingressar no mundo fotográfico, tendo como seu mecenas D. Pedro II.

1844 Matthew Brady, conhecido por retratar famosos americanos, dá origem, por volta de 1850, à impressão sobre albúmen, uma fotografia em papel produzida em grandes negativos de vidro, bastante usada na fotografia da guerra civil norte-americana.

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Primeira fotografia feita no Brasil com um daguerreótipo

1855 Roger Fenton dá início ao fotojornalismo ao cobrir a guerra da Crimeia para um jornal inglês durante quatro meses. O britânico transformou uma carruagem puxada por cavalos em um quarto escuro para revelar as chapas. A maioria das fotos não foi publicada porque era muito expressiva e poderia chocar os leitores, expondo o horror dos campos de batalha.

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“Injured Zouave”, foto de Fenton feita na guerra da Crimeia

1861 A primeira fotografia colorida permanente foi tirada pelo físico James Clerk Maxwell há 153 anos. Foi ele quem inventou o método das três cores base para praticamente todos os processos atuais de coloração de imagens, sejam químicos ou eletrônicos. A imagem da fita tartã foi feita na realidade pelo seu assistente Thomas Sutton, instruído por Maxwell. O processo se deu por meio de uma composição de três imagens monocromáticas tomadas através de filtros vermelhos, verdes e azuis. Ao projetar essas imagens a partir de três lanternas – cada uma com um filtro de cor diferente – uma contra as outras, uma imagem colorida foi produzida.

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Primeira fotografia em cores registrada

 1865 Julia M. Cameron ficou conhecida por seus retratos de celebridades da sua época, como Charles Darwin, Sir John Herschel e o rei britânico Arthur. Ela ganhou sua primeira câmera somente aos 48 anos, como presente de uma de suas filhas, mas sua carreira decolou rápido: em um ano, era membro das sociedades de fotografia inglesa e escocesa. Suas obras são bastante significativas na história da fotografia e suas características marcantes são a subjetividade, a teatralidade e a luz peculiar de seus retratos.

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Charles Darwin, por Julia M. Cameron

1873 Surgem filmes ortocromáticos, feitos a partir de “banhos coloridos” com uso de corantes (sépia ou azul) que aumentam a sensibilidade às cores. A emulsão fotossensível é banhada em anilina e eles registram os objetos vermelhos e laranja como se fossem pretos, enquanto as outras cores aparecem em matizes de cinza em tons baixos.

1888 O norte-americano George Eastman marca o nascimento da fotografia instantânea lançando a Kodak, com o slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”, vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias no valor de 15 dólares. Terminado o rolo, o cliente manda a câmera inteira para a empresa, que revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com um novo rolo de filme. A câmera era destinada ao fotógrafo amador.

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Primeira câmera Kodak

1900 É introduzida no mercado a Kodak Brownie, a primeira câmera de baixo custo e fácil manejo. Era composta por uma caixa de papelão, uma lente e um rolo de filme. Com o modelo Brownie, a Kodak introduziu o conceito “snapshot”, o disparo espontâneo e rápido. Isso animava a família a captar os momentos importantes da vida, sem se preocupar em conseguir imagens perfeitas.

1906 É comercializado o filme pancromático, sensível à luz laranja. No mesmo ano, os irmãos August e Louis Lumière apresentam os primeiros processos de fotografia colorida, o autocromo (autochrome), que já não precisavam de uma tripla exposição (não era necessário bater três diferentes chapas da mesma fotografia) através de uma câmera especial.

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Fotografia feita com autocromo

1915 Com o aperfeiçoamento dos processos de impressão, os jornais diários começam a utilizar a fotografia com mais frequência para ilustrar as reportagens, em substituição ao desenho. A presença de fotos na imprensa firma-se com os jornais Daily Mirror, de Londres (Inglaterra), e Illustrated Daily News, de Nova York (EUA).

1925 A empresa alemã Leitz começa a comercializar a primeira câmera fotográfica 35mm, a Leica, desenhada pelo alemão Oskar Barnack. Essa câmera era silenciosa, rápida, portátil e tinha diversos tipos de lentes e acessórios. A Leica I foi usada por fotógrafos célebres, como Henri Cartier-Bresson e Robert Capa, tornando-se a câmera que impulsionou o fotojornalismo.

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Leica I

1930 Aparecem os primeiros flashes fotográficos. Nessa época, as câmeras alcançavam a velocidade de 1/100 segundo.   1939 a 1945 Durante a Segunda Guerra Mundial, acontecem muitos avanços na área da fotografia, desde o desenho de novas objetivas até o intercâmbio das mesmas.   1947 Com o modelo Land, a Polaroid introduziu no mercado a fotografia instantânea. Um minuto depois da exposição, um compartimento atrás da câmera se abria e liberava a cópia do negativo. Apesar das fotos Polaroid serem muito usadas por amadores, seus usos mais importantes são no campo da ciência, do trabalho policial e para testes de fotógrafos profissionais.  

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Em 1990 a Kodak lança a Nikon DCS 100, a primeira câmera digital comercialmente disponível.   2000 Surgem diversos modelos avançados de câmeras digitais: SinarScitex, PhaseOne, Dicomed, Kodak/Nikon, Canon, Epson etc.  Dois anos depois, a Canon lança a primera câmera full-frame (com o sensor do tamanho de um negativo 35mm): a EOS-1Ds.

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Fontes: Neopix, Fotografia ontem e hoje, O Cabide.

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