Dia da Fotografia: comemore!

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“Fotografar é alinhar a cabeça, o olho e o coração”. Foto do mestre Henri Cartier-Bresson feita na Armênia, em 1972, exposta no Museu de Arte de Wolfsburg, na Alemanha, em 2012

“Mesmo nos dias em que não estou no meu melhor astral, a fotografia me faz desligar de tudo e vivenciar aquele momento como se fosse a última coisa que eu tivesse que fazer na vida”. A frase é da carioca Patricia Prado, fotógrafa de família e colaboradora do Photo Channel, em artigo que você vai ler em breve por aqui, e diz muito sobre a relação que se estabelece com essa forma mutante de expressão artística, ferramenta profissional ou documento visual de nosso tempo.

Porque parece que o simples recurso da boa técnica não resolve, não basta. Quantos excelentes fotógrafos não poderiam ter elaborado a frase acima (ou já não o fizeram)? Há algo nessa rotina de enquadrar, medir a luz, ajustar e apertar o botão que obriga o fotógrafo a uma entrega que não se vê em toda área da aplicação humana. Talvez por isso: fotografia é arte.

E, sendo artista, o bom fotógrafo, consciente do seu papel, formula a sua contribuição nesse universo que não é isento de contradições. Algumas coisas, no entanto, parecem certas: a tecnologia digital se consolidou e não faz mais sentido hoje estabelecer comparações com o filme. Este continuará (esperamos que por muito tempo), cada vez mais associado ao exercício da arte. Assim como ocorre com os meios mais alternativos de registro fotográfico, que ainda hoje persistem e persistirão enquanto houver abnegados e curiosos dispostos a descobrir a mágica da transmutação química da imagem.

Hoje em dia se fotografa muito. Para alguns especialistas, trata-se de uma prática de algum modo perniciosa, pois anestesia os sentidos e banaliza a arte. Bom ou ruim, fato é que é um fenômeno no nosso tempo, dessa relação entre pessoas mediada cada vez mais pelas redes sociais e que estimula o tráfego intenso de imagens. Qual será o destino de tanta fotografia daqui a algumas décadas é que parece o aspecto mais importante a discutir.

De todo modo, ninguém fica alheio a uma boa imagem. Mesmo num contexto de oferta excessiva, a expectativa sempre é a de que a qualidade vai superar limites e cumprir seu papel, seja de relatar, denunciar, divertir ou emocionar. Assim, que todos possam se aproveitar dessa maravilha técnica, mesmo que do modo menos compromissado. E que postem suas fotos, numa celebração deste que é o Dia Internacional da Fotografia. Mas, sobretudo, que tenha longa vida a arte.

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