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Você pode ser Fotógrafo, mas você é um Artista?

O site The Cooperative of Photography lançou um vídeo com o artista mundialmente renomado Roger Ballen. O vídeo de 3 minutos traz a seguinte reflexão: Você pode ser um Fotógrafo, mas você é um Artista?

Esta é uma questão bastante delicada e, às vezes, difícil de resolver. “Quando você aperta o obturador e faz uma foto, você é um fotógrafo. Mas será que você é um artista? Como artista, eu uso a fotografia como meio para expressar minha visão artística”, disse Ballen, que fez 7 reflexões  sobre o tema; confira abaixo, primeiro em texto e depois assista também o vídeo:

1. O Propósito da Arte

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Boas fotografias ficam na mente. Permanecer no inconsciente deveria ser o propósito da arte. Aquela imagem não sai da sua cabeça, porque boas fotos incorporam-se profundamente dentro de sua psique. Por que alguns trabalhos se prendem a mente? Por que alguns trabalhos são passageiros? Se você reflete sobre isso, então talvez você seja um artista.

2. Redefina seu mundo

Como você define a feiura? Como você define qualquer coisa? Se você sente a necessidade de descobrir seu entendimento das palavras, então talvez você seja um artista.

3. Relações visuais

Qual é uma das mais importantes partes dessa fotografia? O pedaço de arame. Quando você aprende a ver relações visuais fortes e complexas além das palavras, então talvez você seja um artista.

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4. Uma visão única

Milhares de peças se juntam para formar cada uma de minhas fotografias. As pessoas perguntam: Você fez isso, Mr. Ballen? Você fez aquilo, Mr. Ballen? Não realmente, mas sim em tudo. Certamente nenhuma outra pessoa pode fazer essas fotos. Quando você aprende que cada momento é crucial e que nenhuma imagem pode ser repetida, então talvez você seja um artista.

5. Procure dentro de você

Todo momento que você aperta o botão da câmera, você cria uma nova realidade. Você precisa viajar muito profundamente dentro de si mesmo para criar uma boa fotografia

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6. Viaje através de sua mente

Se você olhar um pouco mais a imagem, não apenas os pés, você pode ver o bebê saindo da mãe.  Se você pode deixar preceitos de lado e viajar através de sua mente, então pode ser que você seja um artista.

7. Enfrente seus medos

Se você enfrentar seus medos, isso certamente vai ajudar em seus esforços artísticos. Desejo-lhe a melhor sorte em sua jornada.

Agora assista abaixo o vídeo (está em inglês, mas ative a legenda em português):

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3 Comentários

  1. As pessoas do meio não compreendem bem o peso de definir fotografia/fotografo como artístico/artista.

    Assim como algumas formas de se entender a fotografia comercial, no que se refere ao discurso empregado por muitos fotógrafos na formulação de seu trabalho em relação ao cliente.

    Para o trabalho autoral, aquele onde a liberdade de criação fica única e tão somente a cargo do fotografo, sem que aja qualquer contra partida na figura do contratante, pois ele não existe neste caso, considerar a fotografia algo artístico é plausível dentro da liberdade de ação, proposta, realização e iniciativa do fotografo.

    No entanto, a partir do momento que as possibilidade se estreitam e precisam se enquadrar em parâmetros comerciais aceitos pela sociedade, classificar a fotografia como artística é, junto com determinados discursos, uma tentativa de valorização pessoal.

    Ser fotografo, socialmente falando, não é uma atividade de “relevância” no inconsciente coletivo, como outras profissões, assim no afã de valorização, diferenciação ou “patamar superior” buscamos nos classificar como artistas.

    Fotógrafos comerciais que se intitulam artistas colocam sobre seus ombros e profissão um peso desnecessário. Se fotografia é algo que nos sustenta, “fotografo profissional” traria maiores benefícios.
    O resultado fotográfico é que importa e sua apreciação tem “tonalidades” e interpretações diferentes em cada meio, objetivo ou proposito.

    Não considero fotografia como artística nem fotografo como artista mas isso não é relevante na discussão estando os diversos segmentos da fotografia juntos e misturados num mesmo processo. É preciso separar as “especialidades” para que cada segmento trate do seu processo de crescimento e interpretação de forma individualizada e que a atividade nas suas mais variadas formas encontre mecanismos próprios de valorização real e objetiva.

    1. Falou quase tudo que eu pensei .Como fotógrafos acredito que somos mais designers que artistas. E quem “É ARTISTA” não se vê como fotografo e sim como um artista que usa a fotografia.