Criado o primeiro Robô que tira fotos e entende o que é uma boa composição
Pesquisadores da Universidade de Cornell, situada em Ithaca, Nova Iorque, criaram um robô para tirar fotos que entende o que é uma composição boa e esteticamente agradável. Inclusive, o robô já tem feito fotos para o AirBNB (aplicativo de locação de casas e apartamentos) e pode ser treinado para usar suas habilidades em qualquer lugar.
O sistema robótico é chamado AutoPhoto e foi desenvolvido pelo aluno de mestrado Hadi AlZayer junto com outros dois outros pesquisadores da Universidade. Hadi AlZayer disse ao site Cornell Chronicle que a ideia surgiu de sua dificuldade de receber fotos com ângulos melhores. “Sempre que pedia a estranhos para tirar fotos para mim, acabava com fotos mal compostas. Isso me fez pensar”, disse ele.
As variáveis usadas pela mente humana para criar uma foto com uma boa composição são complicadas, mas o pesquisador acreditava que poderia ser automatizar tudo isso com um algoritmo. Depois que o algoritmo básico foi criado, ele o ajudaria a refinar a técnica por meio de um processo de aprendizado chamado “aprendizado por reforço”.
Acredita-se que o AutoPhoto seja o primeiro sistema robótico a usar um modelo de aprendizado de máquina estético e representa um grande desenvolvimento no uso de robôs autônomos para documentar espaços. Conforme explicado pelo Engadget, sua iteração atual pode ser usada para fotografar interiores para imóveis ou aluguéis, como o AirBNB. Veja abaixo um pequeno vídeo com exemplos de como o robô AutoPhoto funciona:
Como o robô sabe o que torna uma foto “boa” e com uma boa composição?
O processo de como uma foto é tirada começa com o que só pode ser descrito como fotos ruins. Mas o robô usa o algoritmo AutoPhoto para continuar a refinar a imagem original e obter uma melhor noção de seu ambiente. O robô passará por cerca de uma dúzia de iterações antes de criar uma foto com qualidade visual igual a algo visto no AirBNB.
“Você pode essencialmente fazer melhorias nos comandos atuais. Você pode fazer um passo de cada vez, o que significa que você pode formulá-lo como um problema de aprendizado por reforço”, disse AlZayer ao Engadget.
Essa maneira de aprender significa que os pesquisadores não precisam ensinar ao robô técnicas de fotografia mais “tradicionais”, como a regra de ouro ou a regra dos terços, “regras” que muitos fotógrafos acabarão desconsiderando mais tarde em suas carreiras. “Esse modelo estético ajuda o robô a determinar se as fotos tiradas são boas ou não”, explicou o pesquisador.
A parte mais desafiadora do desenvolvimento do AutoPhoto foi que a equipe teve que começar inteiramente do zero, pois não havia um número de linha de base existente que eles estivessem tentando melhorar. A estética é subjetiva, e ensinar subjetividade por meio de algoritmos é particularmente desafiador: a equipe teve que definir todo o processo e o problema.
Os pesquisadores acreditam que é apenas o começo da fotografia autônoma que permitiria aos robôs capturar imagens esteticamente agradáveis de ambientes perigosos ou remotos sem a intervenção de humanos. Uma coisa é ter fotos de Marte, outra é ter fotos bonitas de Marte. Isso, argumenta a equipe de pesquisa, é onde o AutoPhoto pode ser extremamente útil no futuro.