Como já pudemos ver nos artigos anteriores, eu dividi a fotografia Fine Art em:
1. A Busca pelo auto-conhecimento: Onde o fotógrafo flutua olhando pra dentro de si e projetando graficamente todos os seus sentimentos, inquietudes e desejos em autorretratos, com as fotografias do Alan Uchoa.
2. Fluidez: Onde a estética e a técnica fotográfica são colocadas em planos inferiores, ou seja, a cena e a interpretação são os pontos chave e mais importantes para a construção da imagem. O fotógrafo se coloca em situação de receber as informações e não mais de transmitir. A intérprete passa a ser interlocutora entre o sentimento do fotógrafo e o mundo, com os relatos da intérprete Amanda Gatti.
3. A Direção: Onde o fotógrafo não precisa da intéprete, ele consegue colocar tudo aquilo que sente nas mãos de qualquer pessoa. A técnica aliada com a capacidade de direção e clareza de ideias assume esse papel. Podemos ver isso muito claro nas fotos da Tati Itat.
Por último, o mais importante dentro desse estilo de expressão é sem dúvida a Linguagem. Não há possibilidade de ser um fotógrafo Fine Art, sim eu considero um estilo próprio e também um híbrido do conceitual ao retrato tradicional, uma forma de fotografia muito bem estabelecida. À parte também, qualquer fotografia muito bem polida também é considerada fine art. Ou seja, os termos se confundem na cabeça de quem quer confusão. Portanto…

Entrevistei a minha querida amiga Lucca Curtolo, que vem se desenvolvendo quase que exclusivamente dentro do Fine Art, quase sempre em P&B, trazendo uma carga fortíssima de sentimentos. Eu já tive a felicidade de fotografar junto com ela e pude ver quanta carga de energia e emocional é colocada no momento de fotografar, onde ela consegue traduzir o que tem dentro dela e externar da forma mais poética possível.
4. A linguagem, por Lucca Curtolo:
“O Fine Art é a desmaterialização dos vícios existenciais dos protagonistas das minhas inquietações, construindo a ideia do corpo no etéreo, destituindo a necessidade da matéria física como instrumento difusor da mensagem artística. Busco produzir o movimento no silêncio, absorvendo dos elementos as relações viscerais fortes e complexas, provocando emoções perturbadoras que vão além das palavras.
Na fotografia Fine Art, passei a utilizar a fotografia para questionamentos críticos do mundo em que vivemos, instigando o espectador a reflexões. Minhas Obras instigam a uma torrente de sentimentos, expressões, dramaticidade, críticas e paixões, fazendo uma ponte entre os sentidos, gerando múltiplas interpretações e sensações. É inevitável a enxurrada de questionamentos que as Obras transmitem.

Meu processo criativo vêm da existência e experiências como um todo. Tudo é inspiração! A Arte está presente nos sorrisos e nas lágrimas, na dor e no prazer, no belo e no feio, no real e no imaginário… Mergulhar no Mundo Artístico, é ampliar percepções.
Iniciei na fotografia após uma viagem para Patagônia onde o cenário exótico e magnífico é inspirador para fotografar. Minha intenção era apenas comprar um equipamento razoável e fazer alguns cursos básicos para aprender a fotografar sem grandes pretensões. Minha primeira câmera foi uma Nikon Coolpix P530 e o primeiro curso ensinava a operar no Modo “P”. E assim fui aprendendo aos poucos até chegar ao tão sonhado Modo “M”.

Em curso ministrado pela Artista Danny Bittencourt, encontrei o real sentido da Vida: “A Arte como forma de expressão pelas imagens”. Fui aluna da Danny na primeira turma de Fotografia “Fine Art” e sigo sendo sua discípula fiel até hoje. As transformações internas são constantes. E o Amor pela Arte cresce diariamente.
Em dois anos e meio, tenho mais de 40 exposições sendo uma Individual em Madri, duas coletivas na Itália, duas individuais uma em Porto Alegre/RS e outra em Gravatal/SC, e outras coletivas pelo Brasil além de premiações e destaques em diversas Revistas do Exterior”
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