A verdadeira fotografia nasce de dentro e todo fotógrafo carrega consigo a sua visão, a sua luz. A forma de conduzir, iluminar e escolher o momento exato do clique é bastante complexa e individual, as escolhas que fazemos em cada instante estão baseadas em nossos conhecimentos, sentimentos, crenças, convicções e propósitos.
Por isso, conhecer profundamente a nossa alma é saber quem somos e, consequentemente, como é a nossa fotografia.
O conhecimento nos traz liberdade para criar e, assim, encontrar a fotografia que almejamos se torna simples. Permite que a mente esteja livre para presenciar o momento e retratar a alma, o sentimento, o amor.
A busca pelo conhecimento deve ser constante e há muitas regras a serem seguidas e também quebradas, conscientemente, na medida certa.
Todo o fotógrafo que se diz profissional precisa ter conhecimento técnico e saber que a fotografia comunica-se incessantemente de todas as formas possíveis.
Nesta coluna vou falar um pouco de retrato de família e as imagens que demonstro foram construídas no workshop Retrato de Família, no Instituto Internacional de Fotografia (IIF), em São Paulo.
As imagens que ilustram este artigo foram criadas com apenas uma fonte de luz, vinda de um flash com um modificador de luz softbox 30x90cm, com recuo. A distância dos modelos em relação ao flash alternava-se entre 50 centímetros a 1 metro e, consequentemente, o diafragma passou de f/22 a f/11, oferecendo muita nitidez e foco. As variações de intensidade e direção de luz mudavam os nossos contrastes e também os tons de cinza do fundo, para mais claro ou mais escuro.
O pouco de preenchimento que existe é resultado da luz principal, que bateu em uma parede branca a aproximadamente 150cm de distância do assunto e voltou com pouca intensidade, apenas eliminando os pretos profundos.
Usamos o ISO em 125, e isso nos deu muita qualidade e detalhes profundamente nítidos, e velocidade 125, que nos deu certa segurança de que não registraríamos os movimentos. A câmera utilizada foi uma 5D Mark II e a lente teleobjetiva 70-200mm, pois nos dá agilidade na decisão dos enquadramentos das cenas.
Essa combinação técnica, reunida à direção, conexão e amor, nos presenteou com imagens lindas, que um dia causarão saudades nos pais, nos filhos a certeza do grande amor, cuidado e dedicação que receberam de pai e mãe, nos irmãos a cumplicidade e no fotógrafo a certeza do dever cumprido e da eternidade junto daquelas imagens.